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70 anos depois

Há mais de 70 anos, Adolf Hitler encarregou Ferdinand Porsche de criar o “carro do povo” alemão e, assim, nasceu o “Carocha”. Agora, a história parece que se vai repetir por decisão de Vladimir Putin…

Os VW que hoje recordamos como “carocha” começaram por ser apelidados como KdF Wagen, qualquer coisa como “carro da força pela alegria”, herdando o nome da federação nazi de trabalhadores, algo equivalente ao que foi a Federação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT) instituída em Portugal pelo Estado Novo.

O KdF Wagen original estava equipado com um motor de quatro cilindros opostos de 1130 cc e 25 cv de potência. O motor, refrigerado a ar e colocado na traseira, foi uma opção inovadora para um veículo onde a simplicidade da mecânica era o grande suporte da fiabilidade.

Para garantirem a posse de um dos automóveis projectados por Ferdinand Porsche, os trabalhadores alemães tinham de ir colando selos de cinco marcos numa caderneta específica e, ao totalizarem 990 Reichmark (o preço máximo estipulado por Hitler), passavam a ter direito ao veículo. Lançado em 1938, o KdF Wagen, que os alemães rapidamente apelidaram de Kafer (escaravelho), foi produzido até ao eclodir da II Guerra Mundial, altura em que as fábricas da Volkswagen em Wolfsburg passaram a produzir componentes para os aviões da Luftwaffe.

No entanto, no pós- -guerra, o exército britânico, que governava a região de Wolfsburg, decidiu recuperar a fábrica destruída pelos bombardeamentos dos Aliados, e, em 1946, a Volkswagen já produzia 1000 unidades/mês. O modelo tornou-se um fenómeno de longevidade. Evoluiu ao longo dos anos e foi produzido até 30 de Julho de 2003, altura em que a última unidade saiu da fábrica de Puebla, no Novo México. A história recorda a produção de 21,5 milhões de unidades do “Carocha”.

Esta história é tanto mais actual quanto Vladimir Puttin, o primeiro- ministro da Rússia, anunciou a intenção de lançar um “automóvel para todos”, o mesmo é dizer, o “automóvel do povo”. Tal como Hitler escolheu Ferdinand Porsche, Putin encarregou Mikkail Prokhorov de avançar com o seu projecto e, à semelhança do Führer, também estabeleceu um preço, que deverá ficar abaixo dos 10 000 dólares.

Prokhrov é um dos oligarcas da confiança do primeiro-ministro e proprietário da Onexim. A sua tarefa não parece nada fácil, porque Putin exige uma motorização ao estilo dos “extensores de autonomia” e o projecto assenta num motor eléctrico com baterias de Lítio (uma solução muito cara), passíveis de ser carregadas pela recuperação de energia da travagem e por um pequeno motor de 0,6 litros, alimentado a metano.

Como se tudo isto ainda fosse pouco, Putin pretende também que o modelo – que se vai chamar Mosca – esteja à venda no final de 2011, sendo capaz de atingir os 120 km/h e garantir uma autonomia de 400 km.

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