As autoridades sul- africanas anunciaram, para o fim deste ano, o termo de um acordo especial que permite a milhares de Zimbabweanos entrar na África do Sul sem documentos. A decisão, que suscitou protestos, põe termo a uma moratória de 18 meses sobre as expulsões de emigrantes ilegais e demonstra o carácter tenso das relações entre o Governo sul- africano e o Zimbabwe.
O porta-voz do Ministério do Interior, Ronnie Mamoepa, confirmou que uma reunião de emergência foi convocada esta semana para discutir esta questão. “Desde o anúncio desta medida, houve muita desinformação e deformação, particularmente por parte das Organizações não Governamentais e dos pretensos peritos da questão em imigração, visando semear a confusão entre os Zimbabweanos no país”, denunciou.
O acordo especial entrou em vigor em Abril de 2009 durante a instabilidade no Zimbabwe, onde uma crise económica imputada às políticas do Presidente zimbabweano, Robert Mugabe, obrigou centenas de milhares de cidadãos a fugir para a África do Sul.
O Ministério do Interior justificou a retomada das expulsões pelo regresso da estabilidade ao Zimbabwe. Mas, o Governo de união no Zimbabwe correu, várias vezes, o risco de ser dissolvido. Segundo analistas, as eleições previstas para 2011 poderão ser anuladas devido aos diferendos entre os partidos.