O último balanço das manifestações registadas, semana passada, nas cidades de Maputo e Matola, Sul de Moçambique, apontam para a morte de pelo menos 13 pessoas.
As manifestações violentas, que também resultaram na vandalização e saque de alguns estabelecimentos comerciais e de serviços, tinham como motivação o elevado custo de vida no país.
O balanço sobre danos humanos apresentado Sexta-feira passada pelo Ministro da Saúde, Ivo Garrido, apontava para a ocorrência de 10 mortos e 155 feridos em resultado destas manifestações que foram mais violentas nos dias 01 e 02 de Setembro.
Contudo, falando hoje em conferência de imprensa destinada a actualizar o balanço das vítimas dos tumultos, Garrido disse que mais três pessoas morreram nos últimos três dias.
“Na Sexta-feira, deram entrada no Hospital Central de Maputo (HCM) três casos, sendo dois corpos sem vida. Na noite de Domingo último faleceu um doente que estava internado no HCM”, disse o governante.
Estes são os primeiros casos de morte a serem registados no HCM, a maior unidade sanitária do país. Dos outros 10 casos, cinco mortos haviam sido registados no Hospital Geral José Macamo, localizada nos arredores da capital moçambicana.
Quatro dos corpos haviam entrado naquela unidade sanitária já sem vida enquanto que a quinta vitima perdeu a vida minutos depois de ser recebida pela equipa médica.
Por outro lado, os outros cinco corpos haviam chegado no Hospital Geral de Mavalane já sem vida.
O Ministro não afastou a possibilidade do número de mortos vir a aumentar, tendo em conta que ainda existem doentes em estado grave internados no HCM.
“Tínhamos três doentes graves até Sexta-feira, dois foram operados com feridas no tórax devido ao ferimento com arma de fogo e o terceiro tem ferida no abdómen também por ter sido ferido por arma de fogo”, disse o Ministro, acrescentando que “a evolução do estado deles tem sido boa, mas há sempre um risco”.
Sexta-feira, outras manifestações eclodiram em Chimoio, a capital provincial de Manica numa espécie de alastramento dos tumultos registados nas cidades de Maputo e Matola nos dois dias anteriores também devido ao elevado custo de vida.
Em consequência destas manifestações, pelo menos seis pessoas feridas deram entradas nas unidades sanitárias de Chimoio, duas das quais ainda continuam internadas.
Segundo o Ministro da Saúde, mais 26 pessoas deram entrada nos hospitais moçambicanos nos últimos três dias, sendo 20 delas nas unidades localizadas em Maputo e as outras seis em Chimoio.
“Ontem (Domingo) não recebemos nenhum doente relacionado com estes casos de manifestações. No Sábado, ainda entraram cinco doentes nos hospitais moçambicanos, mas nenhum deles no HCM”, disse o Ministro.
Garrido disse que até Sexta-feira, as unidades sanitárias do país ainda tinham 93 doentes internados. Aliás, alguns doentes que receberam alta naquele dia permaneciam nos hospitais por falta de meios para regressar para as suas casas.
Na Sexta-feira ainda reinava uma certa incerteza sobre o fim dos tumultos e muitos dos operadores de transportes rodoviários de passageiros haviam arrumado as suas viaturas.