As autoridades governamantais moçambicanas agendaram para o próximo mês de Setembro, o início da campanha “cólera zero” , recomendada, semana passada, pelo Presidente da República, Armando Guebuza, com vista a reduzir os efeitos da endemia que, no ano passado, matou 160 pessoas no país.
No quadro deste programa, serão realizadas várias actividades educativas no seio das comunidades direccionadas à obervância dos cuidados mais elementares de higiene individual e colectiva, incluíndo a construção de aterros e latrinas ao nível das famílias.
Segundo Mouzinho Saíde, director nacional de Saúde Pública, o deficente saneamento do meio e o fraco acesso à água potável para a maioria das populações contribuem para o surgimento de várias doenças, dentre as quais se destacam a malária e as diarreias, cujos dados apontam para 2.467 e 782 óbitos em 2009, contra 871 e 3.191 do ano anterior.
Segundo os indicadores múltiplos apurados em 2008, só 43 por cento dos agregados familiares em Moçambique têm agua potável. As diferenças entre as zonas urbanas e rurais é considerada bastante elevada pelas autoridades sanitárias. Pois que enquanto cerca de 47 por cento de agregados nas áreas urbanas têm acesso ao saneamento seguro, as zonas rurais estão restringidas a 6 por cento apenas.
De acordo, ainda, com Mouzinho Saíde, nas áreas periféricas das cidades, o racio latrina/familia é de 150 e nas áreas rurais há vastas regiões com centenas de famílias sem uma latrina sequer.