O Governo sul africano subiu a oferta de aumento salarial para os mais de um milhão de funcionários públicos em greve.
A contra-proposta surgiu no dia em que o Presidente Jacob Zuma incentivou os seus ministros a procurarem uma reconciliação, que colocaria termo a duas semanas de greve, que encerrou escolas e hospitais. Depois de uma noite intensa em conversações, os representantes do Governo propuseram que a revisão salarial fosse na ordem dos 7,5%.
Abaixo do valor reivindicado pelos sindicatos, que exigem um aumento de 8,%. Ainda assim, estva marcada uma votação no final da terça-feira, na qual os grevistas vão decidir se aceitam ou não a contra-proposta do Executivo.
Zwelenzima Vavi, secretáriogeral da federação sindical mais representativa no país, a Cosatu, disse à BBC que a equipa esforçou-se bastante para conseguir puxar a proposta governamental até aos 8%.
Mais adiantou que está nas mãos dos membros sindicais decidirem se este novo valor é aceitável, e até que ponto representa uma “vitória”.
Presidente alvo de críticas
A correspondente da BBC em Joanesburgo, Karen Allen, explicou que antes da retomada das negociações, a Cosatu ameaçou o Governo com um dia de greve geral, agendado para esta quintafeira, caso a revisão salarial não chegasse aos 8,6%.
Mais de um milhão de funcionários públicos encontram-se já em greve, ainda que a lista de membros da Cosatu some o dobro desse número.
A nossa correspondente diz que ainda não se percebeu se o sindicato vai manter a ameaça.
As negociações, incentivadas por Zuma, foram conduzidas com base nas suas políticas económicas, adianta a jornalista da BBC.
O Presidente sul africano tem sido alvo de várias críticas por parte dos grevistas, por ter participado numa missão empresarial à China, enquanto enfermeiros, professores e outros trabalhadores reivindicavam nas ruas um aumento salarial.
Zuma precisa restaurar relações com os sindicatos, um assunto chave, antes da conferência do partido no poder, o Congresso Nacional Africano, a decorrer dentro de três semanas, conclui Karen Allen.