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Governador de Sofala não lê jornais privados

É um facto. O Governador da Província de Sofala não lê jornais privados. A decisão foi tomada em Março último quando Maurício Vieira, ora em estado doente, estava em exercício, alegadamente por falta de fundos para suportar assinaturas. As empresas jornalísticas editoras de jornais privados foram comunicadas da decisão de cancelamento das assinaturas por via de ofícios separados.

Os jornais privados, a sua criação é reconhecida pelo Governo de Moçambique. Na Cidade da Beira, além do Diário de Moçambique que passou recentemente do estatalizado para gestão privada, existe apenas O Autarca.

No entanto, o Gabinete do Governador da Província de Sofala também mantinha assinaturas com outros jornais privados editados em Maputo. Neste momento sabe-se que dos privados, o Governador de Sofala apenas lê o Diário de Moçambique.

A abertura do Governo de Sofala para com os jornais privados ganhou expressão quando a Província era dirigida por Alberto Clementino Vaquina, ora em Tete onde assume as mesmas funções de Governador Provincial.

Alberto Vaquina, quando Governador de Sofala, desenvolveu excelentes relações com quase toda imprensa, independentemente do seu estatuto jurídico, seja ela privada, público e ou estatal. O Governo, pelo volume de instituições que alberga, é um potencial mercado da média, sobretudo nas províncias onde rareia outro nível de mercado para este tipo de actividade.

Consequentemente, a decisão do Gabinete do Governador de Sofala, de prescindir das assinaturas dos jornais privados, retira uma importante fonte de sustentabilidade das editoras, principalmente as locais. Por outras palavras, a decisão do Gabinete do Governador de Sofala pode representar uma manifesta forma de recusa da existência de jornais privados na província.

Outro assim, a mesma decisão retira ao próprio Governador o Direito à Informação, plasmado na Constituição da República. Os jornais privados, a sua existência veio permitir ampliar e diversificar as fontes de informação. São um campo privilegiado onde predomina a liberdade de informação e de expressão.

Devido a sua natureza jurídica que lhes permite maior isenção, transparência e independência, muitos cidadãos, sobretudo intelectuais, privilegiam os jornais privados para expressarem as suas opiniões e pontos de vista em relação a diversificadas matérias inerentes a vida quotidiana, seja ela social, política, económica, cultural, etc., etc.

Ao deixar de ler os jornais privados o Governador de Sofala perde a oportunidade de ampliar o seu leque de informação principalmente sobre o pulsar da própria província que dirige.

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