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Roberto, o habitual vilão, virou herói na Luz. Porto continua invicto na Superliga

Roberto

Um Benfica sobre brasas, depois de duas derrotas consecutivas para o campeonato, venceu este sábado pela primeira vez no Campeonato português desta época. O Sp. Braga venceu o Marítimo por 1-0 e passou incólume pelo teste de resistência física depois de tanta celebração com o apuramento para a Champions. Sílvio fez o único golo do jogo. Graças ao goleador Hulk, o FC Porto exibe o pleno de pontos e isola-se no comando.

Com Júlio César no lugar do “infeliz” Roberto e Salvio na vez de Rúben Amorim, aos quatro minutos, as águias já venciam por 1-0, com Cardozo a marcar, após grande passe de Gaitán. Tudo corria bem aos encarnados. Ganhavam e jogavam bem, de forma bastante diferente do que acontecera nas partidas com Académica (1-2) e Nacional (1-2). Aos 22 minutos, contudo, o fantasma das duas primeiras jornadas pairou sobre a Luz – Júlio César era expulso após um erro crasso, ao derrubar um avançado do V. Setúbal após tentativa falhada de o driblar aquando da recepção a um atraso “à queima” de Maxi Pereira; e Roberto, o guarda-redes espanhol que tanto tem atormentado os adeptos encarnados, foi obrigado a entrar para o seu lugar, sacrificando a estreia de Salvio.

Ironias do destino, Roberto defendeu o penálti de Hugo Leal que poderia ter dado o empate aos sadinos. E de vilão passou a herói. Os aplausos que Júlio Cesar recebera sempre que apanhava uma bola passaram para o espanhol, que, com mais confiança, fez uma partida tranquila. Roberto acabou por ajudar a equipa.

É verdade que os sadinos, mesmo com mais um em campo, nunca criaram grandes problemas, mas também é verdade que esse penálti uniu ainda mais os encarnados. O Benfica até então jogava bem, mas mesmo com dez nunca descarrilou. E o segundo golo de Luisão, de canto, aos 44′, deu a tranquilidade necessária para a segunda parte. Ainda assim, Jorge Jesus não quis arriscar e optou por tirar Saviola ao intervalo e fazer entrar Rúben Amorim, para uma maior contenção a meio-campo.

Os encarnados, com Aimar a pautar todo o jogo, continuaram donos e senhores da partida e Roberto, que acabou por ser um dos mais aplaudidos, não teve trabalho algum. Num ritmo mais lento, as águias, no entanto, ainda chegaram ao 3-0, novamente com Gaitán na jogada, com um cruzamento fatal para Aimar. Um jogo que acabou por sair bem aos encarnados. Não apenas pelos três pontos, mas sobretudo porque o senhor 8,5 milhões, Roberto, até já merece palmas no “tribunal” da Luz.

 

Bomba de Sílvio acordou Braga para a festa

Pais, mães e filhos, eram mais de doze mil. Vestiram-se de vermelho e lançaram rolos de papel higiénico. Cobriram-se de alegria, exultaram de orgulho, celebraram a Liga dos Campeões. Prepararam-se para a festa, portanto. Essa, porém… demorou uma eternidade. Só chegou, aliás, arrancada à lei da bomba. Nesta altura convém sublinhar um nome: Sílvio.

Há dois meses estava no Rio Ave. Em sessenta dias virou a vida do avesso: passou a lutar pelo título, ganhou direito a jogar a Champions, viu até o nome entrar na lista de elegíveis para a selecção nacional. Tanta conquista é capaz de dar volta à cabeça de qualquer um. À cabeça de Sílvio deu certamente. O lateral-direito mexeu-se durante muito tempo numa rotação superior à de todos os colegas. Foi dele, por exemplo, o primeiro aviso de perigo, foi dele também o cruzamento que deixou Lima na cara do golo, foi dele por fim o golo que garantiu a vitória. Uma bomba.

A tal bomba que detonou a festa. Sílvio recebeu a bola sobre a direita, flectiu para o centro, ganhou espaço de remate e atirou de pé esquerdo ao ângulo da baliza do Marítimo. Bem espremido, o jogo deu isto. Antes e depois, sobrou um Sp. Braga em óbvia ressaca dos excessos dos últimos dias, claramente a dever horas à cama e tranquilidade à alma.

Um Sp. Braga apático, que não soube ocupar espaços, não foi agressivo nas segundas bolas e não teve criatividade. Por isso raramente criou perigo. Valeu-lhe que do outro lado esteve um Marítimo em crise profunda, sem confiança e sem força. Um Marítimo que ainda marcou um golo, bem anulado por fora de jogo de Kanu.

 

Revolução de veludo no FC Porto prossegue só com vitórias

Não fosse a lesão de Sapunaru e provavelmente o FC Porto teria terminado o jogo de ontem sem Jorge Fucile, um dos “meninos queridos” de Jesualdo Ferreira e um lateral aparentemente “esquecido” por André Villas-Boas. Com a saída consumada de Meireles para o Liverpool e a ausência no onze de Ruben Micael, confirma- -se também a revolução de veludo (obrigatoriamente azul, pois claro…) que lentamente o jovem treinador está a implementar e com amplo sucesso.

Concluídas três rondas, os dragões são a única equipa cem por cento vitoriosa e a única sem golos sofridos, assumindo com naturalidade e autoridade o comando isolado da Liga. Face aos compromissos da selecção, Villas-Boas vai ter agora duas semanas para “festejar” o belo início de campeonato, os seis pontos de avanço sobre o campeão Benfica e… a recepção ao Braga no reatamento da prova.

Os dois primeiros vão encontrar-se na Invicta enquanto o Rio Ave desce até Portimão para tentar encontrar pela primeira vez o caminho do golo, uma proeza que estranhamente lhe foge, apesar de contar com João Tomás, que se autointitula um dos últimos grandes artilheiros nacionais. Não sendo difícil concordar com o “Jardel dos pobres”, também ontem depressa se percebeu que o 4x3x3 e mais tarde o 4x2x3x1 implementados por Carlos Brito dificilmente poderiam quebrar o “jejum” de golos da equipa visitada.

Bruno China jogou sempre muito atrás e Fábio Felício teve muita dificuldade em mostrar-se na ala esquerda, prejudicando as boas ideias de um treinador que também foi “atraiçoado” por uma má decisão do árbitro no minuto 39. Tarantini foi carregado na área por Álvaro Pereira, Jorge Sousa considerou simulação do médio, mostrou-lhe amarelo e dois minutos depois foi Helton quem negou o golo a Saulo.

Quando chegou o intervalo, aceitar-se-ia plenamente o empate, mas na segunda parte foi o FC Porto quem primeiro quis ganhar, intensificando no quarto-de-hora inicial uma forte pressão, culminada no segundo golo de Hulk. Assim que festejou o 0-2, o banco visitante decretou o 4x4x2 graças à troca de Varela por Souza e garantiu uma vitória que as oportunidades de Yazalde (68′) e Saulo (79′) podiam ter emagrecido. Seria o mínimo para o Rio Ave.

Confira os resultados da 3ª jornada:

Nacional 1 – 3 V. Guimarães

Benfica 3 – 0 V. Setúbal

P. Ferreira 2 – 2 Portimonense

Beira-Mar 2 – 1 Académica

Sp. Braga 1 – 0 Marítimo

Olhanense 1 – 0 U. Leiria

Rio Ave 0 – 2 FC Porto

Segunda-feira: Naval – Sporting

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