Marinheiros e mergulhadores de alguns países da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC) realizaram na quinta-feira, em Maputo, exercícios militares sobre a protecção de pessoas e bens no mar. Durante os exercícios de simulação, os marinheiros e mergulhadores das Marinhas de Guerra da região, incluindo de Moçambique, mostraram como recuperar um navio raptado por piratas, resgatar e prestar socorros a possíveis vitimas.
Inseridos no programa da 16ª Reunião do Comité Marítimo Permanente das Marinhas de Guerra da SADC que decorre em Maputo deste o início desta semana, estes exercícios foram realizados com recurso a um navio e helicóptero da Marinha de Guerra sulafricana.
Em contacto com a AIM, o porta-voz desta reunião, o Capitão-de-fragata, Torres Traquino, disse que estes exercícios visam capacitar os fuzileiros e mergulhadores moçambicanos para poderem fazer face a situações diversas no mar, desde casos de pirataria, migração ilegal e tráfico de drogas. Segundo Traquino, esses problemas são novos e que agora tem estado a merecer a atenção de todos os países do mundo, incluindo da SADC.
Ele reconheceu que, neste momento, a SADC ainda não tem uma força naval em “stand by” para responder situações de pirataria, migração ilegal ou tráfico de drogas no mar, mas em caso da sua ocorrência, o alerta é lançado em toda a região e ao mundo.
“Para qualquer situação que surge, primeiro é preciso fazer um plano e depois segue-se a preparação da intervenção, incluindo o ensaio e a implementação”, disse a fonte. Traquino disse que, embora Moçambique não tenha ainda registado um caso de navio feito refém no mar, não se pode pensar que não existe uma ameaça nesse sentido. “A ameaça existe e está a descer.
Está a vir a Moçambique e toda SADC está próxima”, disse o Capitão, sublinhando que o Comité Marítimo Permanente das Marinhas de Guerra da SADC foi criado para responder a situações de ameaça.