Nataniel Macamo, antigo portavoz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique e quadro sénior daquela corporação, perdeu a vida na noite da terça-feira em pleno voo que o transportava de Pemba para Maputo, depois de cumprir mais uma missão de serviço. A reportagem do Wamphula Fax que, coincidentemente, viajava a bordo do voo das Linhas Aéreas de Moçambique que fazia o percurso Dar-es-Salam-Maputo, com escalas em Pemba e Nampula, soube que a provável causa da morte daquele general da polícia tenha a ver com um ataque do coração.
No percurso Nampula–Maputo, com cerca de 50 minutos de voo, ouviram-se bruscos gemidos no avião. De imediato, a chefe de cabina solicitou a presença, junto da tripulação, de um médico ou agente de medicina que, eventualmente, viajasse a bordo entre os passageiros. Depois de um momento de pânico, surgiram, entre os passageiros, três pessoas (uma mulher e um homem que nos pareciam ligados à saúde e um terceiro indivíduo que se identificou como amigo pessoal de Macamo) para ajudar a tripulação.
Gerou-se muita atrapalhação momentânea. Ora dizia-se que ele estava a perder ar, ora circulava a informação de que se tratava de tensão alta. E alguém disponibilizou um comprimido para baixar a tensão. Depois tudo ficou calmo. Porque o avião estava lotado e faltava, ainda, cerca de uma hora para a aterragem no Maputo. Optou-se por deixar Macamo deitado no corredor da aeronave ante a assistência dos dois agentes de saúde. Entretanto, o amigo pessoal de Macamo disse que tinha conhecimento que ele não gozava de boa saúde há já algum tempo.
A nossa reportagem confirmou que Macamo embarcou em Pemba e que, na escala de Nampula, pediu às assistentes para não desembarcar porque se sentia mal. Quando o avião aterrou em Maputo cerca das 21.40 horas e, mesmo depois de a tripulação ter solicitado, ainda no ar, a presença de uma ambulância, esta ainda não se encontrava na placa.
Depois de desembarcados todos os passageiros, viemos a saber, já em terra, que, afinal, Nataniel Macamo estava sem vida.
