Os antigos trabalhadores moçambicanos na extinta República Democrática Alemã (RDA), vulgo ‘madjermane’, vandalizaram semana passada, na cidade de Maputo, uma viatura pertencente a um missionário.
Em consequência disso foi detido um representante deste grupo mas que foi solto mediante termo de identidade e residência, segundo disse, ainda hoje, à AIM, o Chefe das Operações do Comando da Policia da cidade de Maputo, Augusto Bobo.
De acordo com ele, os ‘madjermane’ apoderaram-se de documentos não especificados.
“Eles tem autorização de se manifestarem nas quartas-feiras, mas não para vandalizar”, disse Augusto Bobo.
O Ministério moçambicano do Trabalho (MITRAB) já afirmou que o dossier “Madjermane” está quase encerrado, não havendo espaço para iniciar novas negociações sobre o pagamento de dinheiro a este grupo.
O dossier “madjermane” data desde o início da década de 90, quando milhares de moçambicanos antigos trabalhadores na RDA regressaram ao país depois da queda do murro de Berlim.
Desde então eles começaram a manifestar-se pelas ruas do país, principalmente da cidade de Maputo, exigindo o pagamento, pelo Estado, do seguro social.
Igualmente, eles exigiam as diferenças cambiais da parte dos seus salários pagos em Moçambique.
As negociações com o Governo começaram nessa altura, com os “madjermane” representados por um fórum que integrava várias associações.
Este fórum acordou com o Governo que os “madjermane” seriam pagos com base numa resolução aprovada pela Assembleia da República, o parlamento moçambicano, em 2003. Assim, o grupo de cerca de 16 mil “madjermane” começou, em 2002, a receber o seu dinheiro, na altura estimado em 48 milhões de dólares.
Para além deste montante, o Estado cedeu as suas acções no banco de microfinanças SOCREMO a este grupo numa transferência de 21 biliões de meticais na altura (agora, o dólar equivale a cerca de 37 meticais).