A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) reiteram o apelo das autoridades moçambicanas para que os profissionais da Saúde incentivem as mães a amamentar os seus filhos. Este apelo surge na sequência da celebração, a partir de segunda-feira, da Semana Mundial do Aleitamento Materno que este ano se comemora sob o lema “Aleitamento Materno: Apenas 10 passos”. O leite materno é o alimento ideal para recém nascidos e lactentes, na medida em que oferece aos bebés os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento.
O consumo de qualquer outro alimento ou líquido antes dos seis meses de vida aumenta a possibilidade dos bebés contraírem doenças e se tornarem desnutridas. Por isso, as autoridades moçambicanas têm feito apelos às mães para darem leito do peito exclusivo aos bebés até aos seis meses de idade, mas apesar desses mesmos apelos ainda existem pais que teimam em não acatar com essa medida, provavelmente porque a lei preconiza uma licença de parto de apenas dois meses para as mães trabalhadoras.
Dados citados pelo comunicado conjunto da OMS e do UNICEF recebido na terça-feira pela AIM indicam que 63 por cento dos recém nascidos em Moçambique são amamentados na primeira hora de vida e 37 por cento das crianças dos zero aos seis meses são exclusivamente amamentados. “Embora o aleitamento materno exclusivo durante os primeiros seis meses de vida esteja a aumentar, demasiadas crianças deixam de amamentar poucas semanas após o parto”, indica o documento.
Entretanto, a OMS e o UNICEF acreditam que “10 passos” para um aleitamento materno bem sucedido devem ser uma prática padrão em todas as maternidades do país. Esses passos incluem a existência de uma política de aleitamento materno escrita que seja rotineiramente transmitida a toda equipe de cuidados de saúde.
Informar à todas as gestantes sobre os benefícios e o manejo do aleitamento materno, apoiar às mães a iniciarem a amamentação nos primeiros 30 minutos após o parto e mostrar às mães como amamentar mesmo no período em que estão separadas dos seus filhos, são outros dos passos apontados pelas agências das Nações Unidas.
Outros passos são “não oferecer a recém-nascidos qualquer bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser por orientação médica; praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos 24 horas por dia; incentivar o aleitamento materno sob livre demanda, quer dizer, amamentar sempre que a mãe ou o bebé quiserem, sem restrição na duração ou frequência das mamadas; não oferecer bicos artificiais ou chuchas aos bebés amamentados ao peito; bem como promover a formação de grupos de apoio à amamentação e encaminhar as mães a esses grupos após a alta do hospital ou clínica”.