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A morte também tem um rosto feminino em Juárez

A morte também tem um rosto feminino em Juárez

Começaram por ser as amantes dos narcotraficantes, mas depois passaram a ser usadas como “mulas” no transporte de droga e até a liderar os cartéis. Agora, no México, assumiram um novo papel: são assassinas. Segundo o testemunho de um membro detido do braço armado do cartel de Juárez, a organização La Línea está a recrutar e treinar mulheres jovens para serem “sicárias”.

“São bonitas, são adolescentes de boa aparência, para enganar melhor os adversários”, afirmou Rogelio Amaya, de 27 anos, aos membros da Secretaria de Segurança Pública federal. A organização já conta com entre 20 e 30 mulheres, com idades entre os 18 e os 30 anos, mas “a maioria são adolescentes”, acrescentou, revelando que “já fizeram vários trabalhos”.

Segundo Amaya, que foi detido pelas autoridades na semana passada após a morte de dois polícias, e admitiu ser um membro da La Línea, as mulheres fazem os seus trabalhos sempre acompanhadas. “Vão com os homens e depois saem do carro para fazer o trabalho”, indicou.

Uma vez no interior da organização, conduzem como qualquer homem e usam armas grandes e pequenas. A mesma fonte negou conhecer o responsável pela recruta das jovens. Até ao momento, as autoridades não reconhecem oficialmente a existência deste grupo de mulheres assassinas. Contudo, diante desta possibilidade, há quem exija já uma mudança de estratégia da polícia para impedir que esta realidade se espalhe pelo país e faça disparar os números de mortos. Desde 2006, foram contabilizados 28 000 mortos por causa do crime organizado.

O uso de mulheres – e da sua beleza – não é novo quando em causa está o narcotráfico. Em Maio foi detida na Argentina a modelo colombiana Angie Sanclemente Valencia, de 30 anos. A “rainha da coca”, como ficou conhecida, era suspeita de liderar uma rede de jovens mulheres que transportavam cocaína para a Europa. No México, há ainda o caso da “rainha do narcotráfico”.

Enedina Arellano Félix é suspeita de liderar, desde 2006, o cartel de Tijuana, após a morte ou detenção dos seus irmãos. Até agora não se conhecia contudo, no mundo do narcotráfico, a existência destes grupos treinados de mulheres para matar.

Mas esta também não é uma novidade. Os terroristas chechenos usaram as “viúvas negras”, muitas vezes em atentados suicidas. Estas ganharam maior visibilidade após a tomada do teatro Dubrovka, em Moscovo, em Outubro de 2002.

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