Praga. Evidentemente, os jornais impressos estão a enfrentar uma crise numa época de jornalismo digital. As grandes empresas de informação impressa devem admitir que a venda nas ruas das grandes cidades foram reduzidas desde a revolução da Internet, que começou na década de 1990.
Neste contexto, o governo francês propõe dar gratuitamente jornais, uma vez por semana a jovens dos 18 aos 24 anos de idade no país para incentivar a leitura de jornais e a participação cívica. É uma boa opção, não só para a juventude, mas também para os mesmos jornais (e revistas). Seria uma boa ideia para países como a Colómbia ou a América Latina. A decisão do governo francês abriu o debate. Contudo, não é novo em tudo. Desde 2006, 41 jornais franceses têm feito experiências com o conceito e os editores dizem que funciona, embora a oferta livre não seja o único factor.
É uma boa idéia?
“Sim, enquanto nós não desapontarmos os jovens e prósperarmos no sentido de os manter interessados pelas notícias, com conteúdos e abordagens relevante, investindo em outras plataformas e reforçando as relações com eles”, disse Jeanne-Emmanuelle Hutin, um membro do Comité de Conselheiros em Ouest França e co-presidente da Comissão Presidencial-Press da Juventude francêsa.
“É uma oportunidade fantástica, mas um grande desafio.” Falando em World Youg Reader Conference (Conferência Mundial de Jovens Leitores), realizada em Praga, República Tcheca, a sra. Hutin disse a Ouest France, o jornal nacional de maior interesse geral, que aumentou o número de leitores regulares entre os 18 e os 24 anos para 22.000 em 3 anos, e que manteve 12 por cento de reinscrição após ter terminado a sua assinatura gratuita, e 65 por cento continuam a ler o Ouest France, pelo menos uma vez por semana.
“Mas foi trabalhoso”, diz a sra.Hutin, “e há muito mais para ser feito”. Os jornais tiveram que criar um conteúdo especial para os jovens para o dia em que eles distribuíam gratuitamente, no caso do Ouest France, que era uma secção de “recrutamento especial”. Uma campanha de marketing utilizando novos meios de comunicação teve de ser criada – o marketing tradicional não funcionava.
E uma estratégia para mover os assinantes que não pagavam para inscrições pagas teve de ser planeada.No caso Ouest France, era oferecida duas edições semanais gratuitas quando terminavam as inscrições gratuitas.
O que os editores querem?
“Eles querem impedir a fuga em grande escala de jovens leitores “, disse sra.Hutin. “A situação em França é alarmante: a partir de uma geração para a seguinte, os jovens são menos propensos a ler jornais. É vital para inverter esta tendência” As inscrições gratuitas por todo o país, fazem parte do novo subsídio governamental para a imprensa francesa, totalizando mais de 600 milhões de euros em três anos. Os jornais fornecem estes gratuitamente e o governo paga a distribuição.
Os subsídios são parte de um pacote de medidas recomendadas após um estudo de três meses da imprensa pelo governo francês no ano passado. Outras medidas incluem: benefícios fiscais para os investidores no jornalismo online; duplicação da publicidade oficial na mídia impressa e mídia on-line, um aumento no número de pontos de distribuição e apoio do governo nas negociações com sindicatos de impressão. A imprensa francesa está entre as menos rentáveis na Europa, limitada por um monopólio de distribuição, a falta de pontos de venda e sindicatos fortes. Tem o maior custo de impressão na Europa.
The 8th World Young Reader Conference (A 8ª Conferência Mundial dos Jovens Leitores), organizada pela Associação Mundial de Jornais e Notícias, trouxe editores, executivos de marketing, educação e especialistas em jovens leitores, a Praga, para analisar as iniciativas para o fomento de leitores jovens. Os resumos das apresentações na Conferência podem ser encontradas em : http://www.wan-press. org/article18233.html