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Fórum AGOA Realça “Estratégias Novas para um Mundo em Evolução”

Washington – O nono Fórum Anual de Comércio e Cooperação Económica entre os Estados Unidos e a África Subsariana, mais conhecido por Fórum AGOA, inclui dois elementos novos este ano. Quando começar a sua sessão ministerial em Washington a 2 de Agosto, o fórum acolherá uma delegação de 34 mulheres empresárias africanas e um segmento da conferência sobre agro-negócios realizar-se-á em Kansas City, Missouri.

O Secretário de Estado Assistente para os Assuntos Africanos, William Fitzgerald, conversou acerca do evento com o America.gov que tem como tema “AGOA aos 10: Novas Estratégias para um Mundo em Evolução”.

Fitzgerald disse que a sessão de 2-3 de Agosto será o tipo de reunião habitual da AGOA em que os ministros se reúnem com responsáveis americanos para discutir sobre agricultura, competitividade, saúde e como melhorar o comércio entre os EUA e a África. “Incidirá principalmente em políticas relativas ao comércio”, afirmou.

A 4 de Agosto, o local do encontro passará para o centro do país – a cidade de Kansas City no Midwest. “O objectivo subjacente à ida para Kansas City é fazer com que empresários conversem com empresários. Temos especialistas em política comercial aqui em Washington a falar acerca de comércio e depois mudamos a atenção para Kansas City onde tudo se junta… O governo americano irá juntá-los e depois afastar-se e deixar que o mercado livre faça o resto”, declarou Fitzgerald.

“A maior parte dos especialistas concordam que para o crescimento económico de África aumentar têm que intensificar as actividades na área agrícola. Kansas City é um grande centro de agro-negócios” para os Estados Unidos, disse Fitzgerald.

A Câmara de Comércio de Kansas City, que os delegados visitarão, é aonde os produtos agrícolas são negociados, explicou.

“Neste momento temos mais de 60 empresários africanos a deslocar-se a Kansas City e ainda 34 mulheres empresárias que participarão, com um número igual ou até superior de empresários americanos.

Os participantes africanos passarão dois dias ali, encontrando-se com representantes de empresas americanas, que vão desde de produtores de equipamentos agrícolas a produtores e vendedores de sementes. Também visitarão uma exploração agrícola local para ver como é que a tecnologia transformou radicalmente a exploração agrícola americana.

Embora a agricultura de subsistência continue em África, há um esforço para promover grandes explorações agrícolas comerciais. Os delegados visitarão uma torrefacção de café em Kansas City. “Como sabem, o Quénia, a Etiópia e outros países africanos têm aproveitado para enviar os seus grãos arabica para os Estados Unidos”, disse ele.

Referindo-se às 34 mulheres empresárias africanas, Fitzgerald afirmou “Há um número crescente de mulheres africanas a dedicarem-se a negócios” que vão desde refrigerantes a serviços bancários, agricultura e comércio.

“Mesmo há 20 ou 25 anos no Togo havia muitas mulheres nos negócios que eram chamadas ‘Nana Benz’”. Ele disse que este nome lhes foi dado porque muitas conduziam Mercedes Benz depois de terem enriquecido a vender tecidos por todo o continente africano.

“As mulheres devem ter as mesmas oportunidades que os homens” de entrar e prosperar nos negócios, declarou Fitzgerald. “São estas empresárias é que irão provocar o aumento do emprego e o desenvolvimento económico, tal como as pequenas e médias empresas o fizeram nos Estados Unidos”.

A AGOA tem sido um sucesso como programa de preferências comerciais, mas poderia ter sido um sucesso ainda maior se pequenas e médias empresas em ambos os lados do Atlântico se envolvessem mais na AGOA, afirmou Fitzgerald.

Actualmente o petróleo e o minério representam cerca de 95% de todas as importações de África por parte dos Estados Unidos no âmbito da AGOA.

“Com toda a franqueza, a indústria de transformação, a agricultura e outras áreas deviam constituir a maior parte da AGOA e por isso o governo americano está a atribuir recursos à capacitação do empresário médio de modo a permitir-lhe evoluir e aproveitar mais a AGOA”, disse Fitzgerald.

Para isto, sublinhou, “os africanos devem liberalizar as suas economias. Os quadros reguladores e os impedimentos estruturais parecem aumentar todos os anos”.

Quando analisamos a questão a nível sub-regional ficamos impressionados com os progressos da África Oriental. Assinaram recentemente o último acordo do mercado comum que permitirá aos trabalhadores garantir emprego independentemente da sua nacionalidade”, declarou Fitzgerald.

“As exportações devem começar dentro dos próprios países, dentro de África. Isso irá dar-lhes experiência no desenvolvimento de mercados, criando produtos de qualidade e obtendo lucros.

A Comunidade da África Oriental consegue isso”. “A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental [CEDEAO] também o consegue e tem aprovado vários acordos económicos e comerciais, mas ainda não implementou muitos deles”.

Segundo Fitzgerald, o governo americano vem oferecendo desde 2006 assistência comercial a um outro grupo económico sub-regional, COMESA, o Mercado Comum da África Oriental e Austral, e o comércio aumentou 109% nessa comunidade. Com a assistência técnica dos EUA, o porto queniano de Mombaça agilizou as suas operações e o tempo necessário para despachar um contentor passou de 12 para 6 dias.

Olhando para o futuro, Fitzgerald disse que a administração Obama compreende claramente a importância do empreendedorismo, tendo patrocinado recentemente uma conferência internacional sobre empreendedorismo em Washington.

Os empresários são os motores e catalizadores do crescimento, afirmou. Para prosperar precisam de um ambiente empresarial aberto, isento de burocracia e demasiada regulamentação do governo.

“Devemos ter uma conversa franca com os africanos – e penso que é o que vai acontecer – sobre como podemos apoiá-los, de acordo com o que disse o Presidente Obama quando esteve em Accra há um ano”.

Num discurso perante o parlamento do Gana em 2009, o Presidente Obama disse que o século XXI será influenciado não só pelo que acontece em Washington, Roma e Moscovo mas também pelo que acontece em Accra e em África.

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