Um novo modelo de construção de edifícios escolares que assenta basicamente em estruturas metálicas está a ser implementado em Moçambique com vista a contornar a sistemática falta de cumprimento dos contratos e a mediocridade das obras apresentadas por alguns empreiteiros.
Este facto foi anunciado ultima sexta-feira, em Quelimane, província central da Zambézia, pelo Ministro da Educação, Zeferino Martins, tendo destacado que o modelo consiste fundamentalmente na montagem de uma estrutura metálica para a edificação dos pilares e da cobertura e apenas as paredes é que serão feitas a bloco.
Segundo Zeferino Martins, a medida justifica-se porque atendendo ao volume de obras o Ministério da Educação (MINED) é o órgão do Estado mais penalizado pelos empreiteiros desonestos, que mesmo depois de pagos primam por comportamentos que se traduzem no desrespeito pelos compromissos assumidos. “Alguns dos empreiteiros, mesmo depois de receberem o dinheiro para a execução dos trabalhos, acabam abandonando as obras sem dar satisfação”, disse o Ministro.
As províncias de Cabo Delgado e da Zambézia são as que mais obras inacabadas registam, razão pela qual foram eleitas pioneiras na implementação deste novo modelo de construção, esperando-se que as restantes províncias sejam contempladas de forma graduais.· Para a implementação deste projecto, o Ministro disse que será lançado, nos próximos dias, um concurso público para a selecção de empresas entre nacionais e estrangeiras que serão encarregues pelo fornecimento das estruturas metálicas.
Segundo Zeferino Martins, o fornecimento do material deverá ser em função das necessidades de cada província facto que vai permitir a redução de custos, garantia de qualidade e durabilidade das infra-estruturas de pelo menos 50 anos.
“O Estado já investiu muito dinheiro na construção e, infelizmente, em muitos casos foi lesado pelos empreiteiros desonestos. Não queremos que isso volte a repetir-se, razão pela qual o novo modelo de construção deixa de lado todos aqueles que demonstrem incapacidade e falta de seriedade para com uma causa nacional”, disse Zeferino Martins. Segundo o Ministro, com este modelo de construção procura-se a perfeição, contornando o que chamou de crónicos e lamentáveis problemas de ver chapas de zinco a voarem ou paredes a tombarem cada vez que se regista uma pequena tempestade.
“Assim, deixaremos de ter degradação progressiva das obras por falta de qualidade. A nossa preocupação será apenas com relação às paredes, visto que essas serão feitas de blocos, mas que grande parte do edifício comportará uma estrutura metálica para cobertura e suportes”, vincou o titular da pasta da Educação. O Ministro disse ainda que é chegado o momento de fazer algo de concreto para que se acabe com a actual situação em que muitas crianças estudam ao relento e sentadas no chão, tendo anunciado que num futuro breve um plano de acção será implementado para garantir o fornecimento de carteiras para os alunos.
