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Abusos Condenáveis

Certos proprietários de “kiosques”, “barracas” abertos as horas normais apressaram-se a aproveitar da facilidade que lhes é facultada pelos zeladores e frequentadores dos locais que representam várias instituições que deviam zelar pela lei, posturas camarárias e outras normas de conduta, respeito pelo trabalhador e por fim dos cidadãos em geral que residem próximos desses estabelecimentos. Talvez a não existência de um horário, ficando com porta aberta todos os dias provavelmente para que os empregados não percam o sadio e nobre hábito de trabalho.

Em Sofala, como em qualquer outro lado, seja província, cidade ou vila, prevarica-se. Mas os abusos sonoros, venda de álcool a menores, são talvez os mais graves que em qualquer outro pelas implicações de carácter social que se apresentam. Sucedem-se, diariamente, nos nossos bairros, e não há modo de os reprimir, se não severamente em defesa do cidadão trabalhador que pretende um repouso para no dia seguinte retomar o seu trabalho, assim como os empregados dos estabelecimentos citados.

Os jovens sem a idade necessária para trabalhar e que são muitíssimo explorados pelos empregadores, sem um horário de trabalho, horas extras, salário condigno (pelo menos devia ser o correspondente ao mínimo) e uma pobre refeição. Muitos deles pernoitam nos próprios estabelecimentos, servindo de guarda enquanto o patrão dorme depois de recolher a receita.

É evidente que se digo severamente, é porque não me sai da cabeça a ideia que os empregados, nem o feriado podem desfrutar porque considera-se o dia de mais clientela. Isto vêem mais uma vez confirmar que são vitimas da nova “escravatura”, dos necessitados que migram dos distritos ou províncias a procura de uma vida melhor na cidade; não podem continuar os estudos, são simplesmente propriedade dos empregadores que a qualquer momento podem os despedir ficando sem o mísero salário, abrigo na barraca, e uma refeição que é lhes dada, para não citar casos de alguns que por dia tem o direito de vinte meticais para refeição de duas pessoas.

Esses empregados raramente tem contrato, por um lado os empregadores alegam serem indocumentados, além de que não convêm ao próprio patrão. Nunca gozam licença, quando exigem o direito são respondidos só pensam em não fazer nada e imediatamente são despedidos. Devido as ditas quebras, nunca chegam a receber o ordenado por inteiro. Não desfrutam de sábado nem domingo porque é necessário vender mais e mais. Vivem e trabalham como sefossem autênticos sequestrados.

Essas situações ocorrem com frequência, sem sequer comunicação com os respectivos familiares que vivem em vários locais recônditos de Moçambique. Explorados, aviltados e vivendo longe dos seus, intimidados pela ameaça de despedimento e da fome, acabando sujeitando-se a esse nível de vida.

Desiludidos dos sonhos, pobres e mártires e bem martir ignorado pelos que devem zelar pelos direitos dos trabalhadores e dos cidadãos em geral. Para a edilidade, o que conta é cobrar as senhas, vivermos cheios de marginais e pior alcoolizados, se o mais pior não for o desvio de menores para más condutas e a prostituição infantil. Aos trabalhadores impotentes para se insurgirem só os acalenta uma esperança, a visita inesperada dos funcionários que zelam pela lei do trabalho e aos moradores. Aos zeladores do Município, para fazer valer a postura camarária e fiscalizar os horários e a poluição sonora, e penalizar os prevaricadores.

A taxa de porta aberta, julgo que implica a presença de um elemento da PRM. Mais não digo, fica para a próxima oportunidade.?

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