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Ministros da CPLP debateram temas de interesse comum

Reunidos em Maputo, na sua XII conferência, os ministros da Justiça da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) debruçaramse sobre vários temas atinentes aos seus sistemas jurídicos e judiciários, para além das respectivas relações bilaterais e multilaterais. Ao intervir na sessão de abertura , o Primeiro Ministro de Moçambique, Aires Bonifácio Ali, observou que compete aos Estados e governos da comunidade o estabelecimento das condições necessárias para a garantia da segurança jurídica das comunidades através da aproximação célere da justiça aos cidadãos.

Aires Ali sublinhou que a reforma dos códigos penais na comunidade deve permitir o uso progressivo de penas não privativas da liberdade do indivíduo em benefício de medidas alternativas direccionadas à humanização dos sistemas prisionais e à transformação significativa do direito penal. Por seu turno, abordando, no final do encontro, o tema das penas alternativas à prisão efectiva, que mereceu particular atenção dos oito Estados membros, a ministra moçambicana da Justiça, Benvinda Levi, opinou que cada país deve procurar soluções adequadas à sua própria idiossincrasia.

Razão porque a conferência não tomou decisões de carácter vinculativo. E, portanto, caberá a cada delegação a sua operacionalização de forma soberana e adequada às próprias realidades. Entretanto, em relação ao nosso país, Benvinda Levi revelou que se encontra já em fase conclusiva um projecto de medidas alternativas a submeter, em breve, à apreciação e aprovação do parlamento.

A ministra da Justiça moçambicana destacou, na circunstância, o facto do nosso país constituir um exemplo no âmbito de assistência jurídica aos cidadãos de parcos recursos financeiros, através da criação do Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica. Anotou , a propósito, que esta instituição que, há cinco anos, estava implantada em quarenta distritos, encontra-se agora presente em noventa e dois. E prevê que, até ao final do actual mandato, cubra a totalidade dos 124 distritos que o país comporta.

Ora, a maior parte dos países da CPLP não tem esta experiência e, normalmente, a assistência jurídica é garantida pela Ordem dos Advogados. Observou Benvida Levi. A XII reunião dos ministros do pelouro a nível da CPLP assentou, igualmente, consensos sobre a materialização das convenções adoptadas para a neutralização das ameaças globais que representam os narcotraficantes e os promotores do crime organizado e terrorismo.

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