A adoção da tecnologia que indica se a bola entrou na baliza seria mais barata e tão confiável quanto a solução adotada pela Fifa, de colocar dois árbitros assistentes junto à linha de fundo, segundo um dos fabricantes dessa tecnologia. A Uefa, entidade que dirige o futebol europeu, ampliará esta temporada o uso dos cinco árbitros para alguns jogos da Liga dos Campeões e das eliminatórias para a Eurocopa, depois de testes bem sucedidos na Liga Europa. Outros países também vão adotar os assistentes extras.
Mas a empresa alemã Cairos Technologies acha que a solução tecnológica seria preferível. “Você precisa pagar um árbitro a cada vez, para cada jogo, e mais dois árbitros, isso é mais caro do que ter a tecnologia da linha de baliza”, disse Mario Hanus, diretor de vendas da Cairos, em entrevista à Reuters durante o fórum de negócios esportivos Soccerex, esta semana em Cingapura.
A discussão sobre o uso da tecnologia na arbitragem do futebol intensificou-se depois de um incidente no Mundial da África do Sul, quando a arbitragem não validou um golo da Inglaterra contra a Alemanha, embora a bola tivesse passado mais de 30 centímetros da linha de baliza. O presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu desculpas à Inglaterra e disse que o uso da tecnologia seria discutido na próxima reunião da International Board, órgão que define as regras do esporte.
Na semana passada, no entanto, a entidade divulgou a pauta da sua reunião de trabalho, sem contemplar a questão tecnológica. Hanus disse que ficou frustrado com isso. “Foi um pouco surpreendente, já que tivemos tantas vozes pedindo a tecnologia, jogadores, árbitros, alguns dirigentes de clubes etc.. Acho que a Bundesliga (liga alemã) estaria preparada para introduzi-la. Os árbitros de todo o globo dizem: ‘Por favor, nós é que levamos a culpa se tomamos a decisão errada’.”
A próxima oportunidade para que a International Board discuta o assunto será na reunião de trabalho de outubro, mas qualquer mudança nas regras só poderia ocorrer na reunião geral anual de março. O executivo disse que há alguns anos a entidade pediu adaptações na tecnologia, “e ela funcionou, e aí a decisão foi contra, embora tivéssemos feito aquelas mudanças.”
“Não estávamos esperando que ela fosse introduzida mundialmente em todos os estádios, mas pelo menos numa primeira divisão ou algo assim. Na verdade não achamos que haja muito que precise ser feito, mas se houver estamos aqui, estamos prontos para conversar.”