A fome afecta cerca de 2500 pessoas em Chiramba, distrito de Chemba, província moçambicana de Sofala, fenómeno que deriva de efeitos combinados de seca e cheias que afectaram aquele posto administrativo na primeira e segunda época da campanha agrícola passada. Em consequência desta situação, a maioria das pessoas necessitadas sobrevive de frutos silvestres, algas e um tubérculo aquático localmente conhecido por “nhica”.
A população de Chiramba apresentou este problema ao substituto legal do governador de Sofala, Carvalho Muária, que trabalhou recentemente no distrito de Chemba. As autoridades locais dizem que foi feito um levantamento oficial das pessoas em necessidade de apoio urgente.
“Primeiro tivemos problemas de queda tardia das chuvas, o que deitou abaixo todo o nosso esforço da primeira época. Já na segunda época, aproveitámos as baixas, mas toda a sementeira se perdeu devido às inundações. Agora estamos a braços com a fome. Esta situação força a população desta região a sobreviver de tubérculos aquáticos. Solicitamos, por isso, o apoio do Governo”, disse Daniel Zua, residente de Chiramba, citado pelo ‘Noticias’.
Algumas das plantas aquáticas consumidas pela população são retiradas no rio Zambeze, facto que coloca a população em situação de risco, devido aos crocodilos e hipopótamos, que já provocaram vítimas humanas. O chefe daquele posto administrativo, Monteiro Sixpence, disse que nos últimos dias três pessoas perderam a vida vítimas de ataques daqueles animais. Sixpence disse ainda que, se até Agosto próximo não houver alguma intervenção para salvar as pessoas necessitadas, o número de afectados poderá subir para mais de quatro mil.
Por seu turno, Carvalho Muária afirmou que o Governo está a fazer tudo para minorar o sofrimento das populações afectadas pelas calamidades. Segundo o governante, uma equipa multi-sectorial continua no terreno para apurar os reais prejuízos causados pelos fenómenos em todos os distritos da província para estabelecer as prioridades necessárias para se resolver o problema.