A s obras de construção de silos no distrito de Malema e posto administrativo de Iapala em Ribáuè, inseridas num programa do governo central para o incremento da capacidade de aprovisionamento de cereais, cujo inÍcio estava previsto para finais do ano transacto segundo calendário acordado entre o governo central e o empreiteiro ainda não arrancaram.
Este cenário contraria as expectativaS do governo provincial de Nampula porquanto o incremento dos volumes de produção agrícola, sobretudo de cereais como milho, arroz, amendoim e gergelim além de feijões, que se regista nas últimas campanhas mercê do esforço empreendido pelos produtores, não encontra alternativas para garantir o aprovisionamento dos excedentes.
Informações do sector da Indústria e Comércio em Nampula em nosso poder, indicam que o atraso que se verifica para o início das obras em parcelas que já foram concedidas pelos governos distritos de Malema e Ribáuè se deve, alegadamente, a dificuldades logísticas do empreiteiro baseado no capital do país, seleccionado em concurso de âmbito nacional, para a mobilização dos materiais e recursos humanos que vão executar os trabalhos.
Felismino Tocoli, governador de Nampula, não gostou de ouvir aquelas desculpas e recomendou ao sector da Indústria e Comércio na província no sentido de interceder junto do empreiteiro para perceber as reais motivações subjacentes aos atrasos que se verificam para o cumprimento das promessas assumidas junto do governo central. O camponês não deve ficar eternamente condenado a sofrer para comercializar os seus excedentes de produção. O governo desenhou o projecto para a construção de silos na perspectiva de adequar o processo de comercialização agrícola à dinâmica que se regista no sector produtivo e não vamos admitir que haja incumprimento de promessas – disse, agastado, o governante.
Os distritos de Malema e de Ribáuè, localizados no corredor de Nacala e apelidados de celeiros de Nampula, são considerados os dois maiores produtores da província e a perspectiva que se tem de construir dois silos naqueles pontos é sobretudo de garantir a comercialização de cereais para colocação nos mercados da região norte em caso de necessidade, beneficiando das facilidades que o sistema ferroviário de Nacala oferece para escoamento.
No processo de comercialização em curso, a província espera atingir 286 mil toneladas de cereais e feijões, contra uma capacidade instalada de aprovisionamento de cerca de 90 mil toneladas, das quais cerca de um terço em armazéns pertencentes ao Instituto de Cereais de Moçambique na província. O armazenamento das quantidades restantes, que envolve todos os custos inerentes, é assegurado pelo sector associativo e privado.