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18ª Conferência Internacional sobre SIDA enfatiza direito à saúde

Com a epidemia de HIV/SIDA ainda não controlada e a crise económica global ameaçando recursos extremamente necessários, cerca de 20 mil participantes de 185 países estão reunidos em Viena de 18 a 23 de Julho para a 18ª Conferência Internacional sobre SIDA (SIDA 2010).

Desde que os primeiros casos foram relatados em 1981, o HIV ? vírus que causa a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) ? tornou-se um dos desafios à saúde e ao desenvolvimento mais sérios do mundo. Mais de 25 milhões de pessoas morreram de SIDA, e outras 33,4 milhões vivem hoje com HIV/SIDA.

Nos últimos 15 anos, avanços científicos e esforços globais para enfrentar a epidemia tornaram possível prevenir e tratar o HIV mesmo nos países mais pobres. Segundo a Organização Mundial da Saúde, o número de portadores de HIV que recebem tratamento nos países pobres aumentou dez vezes desde 2002. Os palestrantes da conferência SIDA 2010 vão descrever a situação da epidemia e apontar as opções cruciais que os líderes mundiais terão de enfrentar nos próximos anos.

“O tema da conferência deste ano, ‘Direitos Aqui e Agora’, lembra a todos nós que a assistência médica deve ser um direito de todos, mas não é”, disse o ex-presidente Bill Clinton na sessão de abertura da conferência em 18 de Julho. “Apesar das actuais dificuldades económicas, as evidências do progresso alcançado nos últimos anos não são desculpa para nos afastarmos desse direito. São uma desculpa para buscá-lo para todos nós.” Segundo os organizadores da conferência, Viena foi escolhida para sediar a SIDA 2010 em parte devido à sua localização próxima do Leste Europeu, região onde a epidemia está crescendo principalmente devido ao uso de drogas injectáveis.

A África Austral, onde moram 67% de todos os portadores de HIV, é a região mais duramente afectada. FÓRUM MULTIDISCIPLINAR Desde que a primeira conferência internacional sobre SIDA foi realizada em Atlanta em 1985, os encontros oferecem um fórum multidisciplinar para redes de contactos e troca de informações sobre novas pesquisas, bem como para políticas e programas baseados em evidências. Diversas partes interessadas têm podido avaliar os últimos desenvolvimentos científicos e as lições aprendidas e, assim, traçar um curso de acção.

Em uma prévia da SIDA 2010 realizada em 7 de julho em Washington, Anthony Fauci, director do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, órgão integrante dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, declarou que entre os tópicos mais prementes do encontro estão o acesso universal a tratamento, a importância da prevenção e novas modalidades de prevenção que incluem o avanço das vacinas e o tratamento com drogas anti-retrovirais para prevenir a transmissão do HIV. Resultados de um estudo sobre um novo gel microbicida que contém uma droga anti-retroviral também serão divulgados durante a conferência. Um microbicida é um gel ou creme que as mulheres podem usar antes ou depois da relação sexual para se proteger contra a infecção.

“Se o microbicida funcionar”, disse Fauci, “será a primeira vez que um microbicida terá mostrado efeito positivo”. O acesso universal ao tratamento da SIDA é uma das oito Metas de Desenvolvimento do Milénio das Nações Unidas. A meta 6 estipula que a disseminação do HIV/SIDA deve ser interrompida e revertida até 2015, e o acesso universal ao tratamento de HIV/SIDA deve ser alcançado até 2010.

Restando apenas oito meses para terminar o ano, são poucas as perspectivas de que a meta para 2010 seja alcançada. Segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA (UNSIDA), o acesso universal é um compromisso global para expandir o acesso a tratamento, prevenção, atendimento e apoio dos casos de HIV. Noventa e nove países definiram metas para tratamento e 98 definiram metas para uma ou mais intervenções de prevenção. Um mapa interactivo do progresso global está disponível no site do UNSIDA.

O tratamento com drogas anti-retrovirais também pode ser uma forma de prevenção, afirmou Fauci em entrevista recente para o America.gov. “Conseguindo baixar o nível viral nas pessoas infectadas”, explicou, “é muito menos provável que elas infectem outras pessoas”. “Haverá muita conversa sobre como vamos pagar isso”, disse em entrevista em 17 de Julho Jon Cohen, jornalista da revista Science que está cobrindo o evento para a Fundação Kaiser Family. “Os sonhos, o que as pessoas querem ver acontecer, são grandes”, disse. “Os países ricos do mundo estão todos se sentindo com os bolsos vazios, e as aspirações nunca foram tão altas. Haverá muito conflito e muita discussão sobre como vamos pagar pelo que queremos fazer e pelo que prometemos às pessoas que vamos fazer.”

POLÍTICA NACIONAL DOS EUA

Uma semana antes da SIDA 2010, em 13 de Julho, os Estados Unidos ? onde 1 milhão de pessoas vivem com HIV/SIDA e uma pessoa é infectada com HIV a cada 9,5 minutos — divulgaram sua estratégia nacional de combate ao HIV/SIDA (PDF, 1.37 MB). No relatório, a visão é que “os Estados Unidos se tornarão um lugar onde novas infecções de HIV serão raras e, quando ocorrerem, toda pessoa, independentemente de idade, género, raça/etnicidade, orientação sexual, identidade de género ou circunstância socioeconómica, terá livre acesso a atendimento de alta qualidade, para a vida toda, sem estigma nem discriminação”. “Reduzir novas infecções por HIV, melhorar a assistência às pessoas que vivem com HIV/SIDA, diminuir as disparidades nos sistemas de saúde — esses são os objectivos centrais da nossa estratégia nacional”, disse o presidente Obama em 13 de julho.

“Eles devem ser buscados juntamente com nossa estratégia global de saúde pública para afastar a pandemia de nossas fronteiras”, declarou. “E devem ser buscados por um governo que aja com unidade. Portanto, precisamos garantir que todos os nossos esforços sejam coordenados no governo federal e entre os governos federal, estaduais e locais, porque é dessa maneira que alcançaremos resultados que permitirão aos americanos viver mais tempo e com mais saúde.

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