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Bancarização rural reduz desvio de fundos do Estado

Para além de flexibilizar a operacionalização de alguns serviços públicos, a instalação de vários balcões de instituições bancárias nas zonas rurais está a contribuir na redução de casos de desvio de fundos do Estado. Esta posição é defendida pelo governador de Nampula, Felismino Tocoli.

Para Felismino Tocoli, a bancarização rural evita que os salários dos funcionários sejam levantados na capital provincial e transportados pelo pessoal administrativo, nalguns casos sem mínimas condições de segurança, para os legitimos destinatários.

Em 2007, o Banco de Moçambique, entidade gestora da actividade bancária no país, iniciou o processo de expansão dos balcões para as zonas rurais, com o envolvimento dos chamados bancos comerciais. Dados avançados, na ocasião, indicam que esta actividade está a conhecer bons resultados, sobretudo ao nível da província de Nampula, em que se encontram já instalados 29 balcões.

Algumas instituições bancárias do ramo comercial, com destaque para o Stantard Bank, BCI, Millennium Bin, Oportunidade, Barclays, já manifestaram interesse em expandir as suas actividades junto das comunidades rurais assim que forem superados os constrangimentos relacionados com a falta de comunicação e energia eléctrica nalguns distritos.

Por exemplo, o Stantard Bank possui em perspectiva um projecto de expansão gradual, enquanto a Oportunidade projecta a introdução de um banco móvel a entrar em funcionamento ainda este ano. Entretanto, o Millennium Bin e o BCI têm já instaladas várias agências e balcões em diferentes pontos da província e afirmam-se determinados a continuarem com este processo.

Contudo, o governo, através das direcções provinciais de Recursos Minerais, Indústria e Comércio considera que a banca deveria priorizar os distritos de maior densidade populacional e dotados de grandes potencialidades, com acesso à energia da rede nacional, como Moma, Nacala-a-Velha e Memba. A questão de morosidade no desembolso dos fundos próprios e de financiamento aos operadores comerciais também foi apontada como uma das inquietações dos agentes de negócio.

Por seu turno, o Centro de Promoção de Investimento (CPI ) referiu a necessidade de se apostar no empresariado nacional no contexto da luta contra a pobreza. Segundo Bonifácio Saulose, delegado provincial do CPI, Nampula conta com mais de 80 por cento de investimento directo estrangeiro, alegadamente porque a banca não abre as portas a cidadãos moçambicanos.

Saulose sustenta que é já altura de se começar a pensar no que se poder fazer para os nacionais, flexibilizando, deste modo, os mecanismos de financiamento para implementação de diversos projectos económicos

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