Angola promete passar a Moçambique, dentro de dois anos, uma Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) cada vez mais forte e mais empenhada em tornar realidade o sonho que norteou a sua criação. Esta promessa foi avançada pelo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no final da VIII Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da CPLP realizada Sexta-feira ultima, em Luanda.
“Pela nossa parte, tudo faremos para que nenhum dos nossos parceiros comunitários se atrase no desejado rumo do desenvolvimento e do progresso social. Esperamos, dentro de dois anos, passar o testemunho de uma CPLP cada vez mais forte e mais empenhada”, declarou dos Santos, que agora preside a CPLP. Em 2012, a Presidência da CPLP passará para Moçambique.
Como exemplo de que Angola não poupará esforços e recursos para o bem desta organização lusófona, Eduardo dos Santos anunciou já que vai criar uma missão diplomática junto da sede da CPLP, em Lisboa, capital portuguesa, a fim de assegurar a coordenação do Comité de Concertação e acompanhar o cumprimento, pelo Secretariado Executivo, das decisões e recomendações dos outros órgãos da CPLP. Segundo o Presidente Eduardo dos Santos, durante o mandato se dará continuidade a reestruturação e profissionalização do Secretariado Executivo, garantindo-se condições técnicas e materiais, incluindo quadros altamente qualificados.
O estadista angolano, indicou que se a CPLP tem ambição de cumprir um papel de maior relevância, ela tem de superar os actuais constrangimentos orçamentais e dificuldades de natureza operativa, como as que se prendem com a inadequação das suas instalações. Por outro lado, segundo o Presidente angolano, o esforço que incide sobre a estruturação e funcionalidade deverá ser acompanhado por um outro interno por parte dos estados membros que se devem dotar de estruturas operacionais de acompanhamento das actividades da CPLP.
De entre varias acções que merecerão atenção especial da presidência angolana, Eduardo dos Santos disse haver uma questão “cara e apaixonante” para a sociedade civil que é a do designado Estatuto de Cidadão da CPLP cuja abordagem para nós não constitui qualquer “tabú, mas que pensamos ser uma questão de natureza politica e jurídica que deve ser tratada com bom senso e realismo”. “Vamos trabalhar para que sejam aceleradas as mudanças positivas em cada um dos nossos países nos domínios social, económico, politico e cultural, pois concorrem para a nossa integração num mundo cada vez mais globalizado”, indicou Eduardo dos Santos.
Neste mandato, Angola propõe-se a desenvolver negociações relativas ao processo de adesão da Guine Equatorial conforme as normas estatutárias da CPLP, a implementação da rede lusófona de educação para o combate ao HIV/SIDA , a Geminação entre escolas da CPLP, a implementação do projecto de criação do canal temático de televisão da CPLP, entre outras acções.