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Carvalho Muária apela a cessação de ambientes de intriga e desunião

O novo Governador da Província de Sofala, Carvalho Muária, que substitui interinamente Maurício Vieira por motivos de doença, apelou domingo a todos sofalenses para cessarem os ambientes de intriga e de desunião, privilegiando atitudes e iniciativas que conduzam ao combate a pobreza.

Muária deixava assim ficar registado o seu primeiro recado, depois da sua apresentação pública para exercer o cargo de Governador da Província de Sofala, numa cerimónia orientada pela Ministra da Administração Estatal, Carmelita Nashilulua, na qualidade de mandatária do presidente da República. Carvalho Muária que no mandato passado exerceu o mesmo cargo na Província da Zambézia, revelou possuir algum conhecimento da realidade da Província de Sofala, uma província tida como bastante complexa sobretudo do ponto de vista de dimensão de diferenças políticas e ideológicas entre os seus cerca de 1.5 milhão de habitantes. Muária pediu maior colaboração da população e de todas forças vivas sofalenses com o Governo, sobretudo na prossecução de iniciativas que visam o desenvolvimento sócio- económico deste ponto do País.

Explicando-se, afirmou que os sofalen- ses devem cultivar uma mentalidade que facilite o trabalho, que facilite o desenvolvimento sem com isso pretender inibir críticas. Reconheceu que toda crítica desde que construtiva e objectiva é necessária, ajuda o próprio Governo a pautar por decisões e acções acertadas. “Não basta criticar por criticar” – enfatizou. Se na Zambézia, entretanto, onde foi Governador Provincial durante cinco anos o convívio com as autoridades municipais de Quelimane, a Cidade Capital, apesar de ligados ao mesmo partido já não foi dos melhores, o que esperar de Carvalho Muária em Sofala, cuja Capital Provincial a Cidade da Beira o poder político é oposto a Frelimo.

Para responder a essa preocupação, o novo timoneiro sofálense disse que vai privilegiar uma governação inclusiva, defendendo que só assim será possível combater mentes que fomentam a intriga e a desunião, males sociais que procuram perpetuar a pobreza sobretudo espiritual. “Temos que acabar com fofoquices e política barata” – advertiu, justificando que esse ambiente reduz a capacidade dos homens pensarem coisas boas.

Mandatária minimiza situação de Vieira

Entretanto, a Ministra da Administração Estatal, Carmelita Nashilulua, minimizou a situação de Maurício Vieira, negando que a indicação de um novo Governador Interino para a Província de Sofala pelo Presidente da República seja o prenúncio de fim do mandato de Vieira que se encontra impedido de exercer o cargo a mais de três meses devido a problemas de saúde. Carmelita Nashilulua que orientou a cerimónia de apresentação pública de Carvalho Muária na qualidade de mandatária do Presidente da República, deixou claro que o actual Vice-Ministro das Obras Públicas e Habitação e antigo Governador da Zambézia não vêem para fixar- se em definitivo em Sofala. Reiterou que a indicação de Muária não se trata de uma decisão definitiva, trata-se sim duma saída encontrada para não deixar a província sem governador por muito tempo. Todavia, sabe-se que durante o tempo em que Maurício Vieira encontra-se doente as actividades do Governo Provincial nunca pararam, sendo que todas acções vinham sendo coordenadas pela Secretária Permanente Elisa Somane.

Algumas correntes questionam porque ela não podia continuar a conduzir os destinos da província, o que seria menos oneroso para o próprio Governo no lugar de ter de trazer alguém de fora o que implica adicionar esforços para a criação de condições. É que Muária, segundo sustentam, passará a usufruir das mesmas condições criadas para Maurício Vieira; anotando que isso representa um fardo desnecessário para o Governo que tem agora a obrigação de manter ambos a viver em residências protocolares, gozarem de viaturas, outras regalias e todo tratamento e condições protocolares; com o agravante dos próprios membros do Governo que ficam sem saber a quem dever maior obediência. Praticamente ambos encontram- se em igualdade de circunstâncias, a única diferença é que Muária estará no activo enquanto Vieira poderá continuar a reclamar a posição enquanto não for definitivamente exonerado.

Saúde do Governador não é crítica

Questionada, por outro lado, sobre o estado de saúde do Governador Maurício Vieira, a Ministra Carmelita Nashilulua garantiu que a sua situação não é crítica, afirmando que está a registar progressos satisfatórios. “A saúde do Governador de Sofala está a melhorar substancialmente, mas aconselha- se repouso para evitar o desgaste físico” – afirmou. No entanto, críticos entendem que se a saúde do Governador Vieira está a registar progressos satisfatórios pressupõem que ele deve voltar ao activo brevemente, daí voltarem a rebater a questão porque o Governo se precipita nomeando um Governador Interino. Essa tese reforça a ideia de que a indicação de Muária não passa de prenúncio de fim de mandato de Vieira.

De resto, a função de Governador, apesar das boas recompensas e regalias que os titulares usufruem, o seu exercício de certa forma é pesado e exige que os indicados gozem de bom estado de saúde. Além do desgaste intelectual que provoca sobretudo quando é para pensar soluções viáveis para os vários problemas que ocorrem numa província; quando tem de viajar regularmente para todos os distritos, postos administrativos e localidades, pior nas condições em que as estradas do interior se apresentam, os titulares sentem verdadeiro martírio.

Aliás, a própria situação de complicação da saúde de Vieira pode estar associado ao cumprimento dessas deslocações obrigatórias, porquanto começou ou piorou no decurso de uma digressão a três distritos, tendo acabado por interromper a meio da visita por ter se sentido mal. Nomeado no início do ano para Sofala, no mandato passado era Governador em Manica.

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