Um estudo destinado a testar um anel vaginal que liberta anti-retrovirais será lançado no continente africano, informou esta terça-feira a organização promotora da iniciativa, International Partnership for Microbicides (IPM). O anel vaginal é um método anticoncepcional que normalmente consiste em inserir um anel flexível no fundo da vagina, onde o dispositivo liberta hormônios.
O IPM lançou o seu estudo em centros de pesquisas do sul e do leste da África, regiões em que a SIDA castiga mais fortemente. Para o teste, 280 mulheres saudáveis, sexualmente ativas e soronegativas usaram um anel contendo 25 mg de dapivirine e um placebo, que terão que substituir mensalmente durante três meses. O dapivirine já é utilizado para evitar a transmissão da SIDA de mãe para filho.
As participantes do estudo receberão ainda preservativos e aconselhamentos para evitar a doença. A pesquisa medirá sua capacidade de aceitar e usar o dispostivo. “Devem estar certos de que o produto pode ser aceite antes de provar sua eficácia porque se as pessoas não gostarem do produto, que interesse tem?”, disse à AFP uma porta-voz da IPM, Pamela Norick, durante a conferência “Women Deliver 2010”, sobre saúde materna, celebrada em Washington.
Se os testes de segurança e aceitabilidade forem conclusivos, os anéis passarão por uma fase de testes destinada a medir sua eficácia, podendo ser comercializados em 2015, segundo o IPM. “Os anéis vaginais oferecem perspectivas extraordinárias porque oferecem discrição, eficácia e proteção contínua contra a SIDA”, destacou a organização em um comunicado.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a SIDA é a principal causa de morte entre mulheres em idade reprodutiva (15/44 anos).
