Uma vez que se encontrava na Beira a dirigir uma missão empresarial destinada essencialmente a pesquisar o ambiente de negocios e de investimento, abordamos a António Ferreira de Carvalho sobre esta tomatéria.
Mas antes questionamo-lo que propostas concretas o grupo por si encabeçado trazia para a Beira, tendo afirmado que a única coisa que pode considerar proposta concreta que o grupo traz é a sua vontade de se internacionalizar, e a vontade de criar sinergias económicas comerciais entre as empresas do grupo e as de cá. “Já temos aqui um grupo com o qual já estamos a trabalhar a cerca de dois anos e vamos abrir daqui a pouco centros de inspecção obrigatória de automóveis.
É, portanto, um exemplo daquilo que se pode fazer”. Entretanto, o Presidente da Associação Empresarial da Região de Lisboa deixou uma advertência as autoridades daqui da Beira. “Penso que devia haver da parte das autoridades daqui da Beira maior apadrinhamento das situações dos empresários que vêem cá investir o seu dinheiro para melhorar todo esse conjunto desta bela terra que é a Beira.
Nós sentimos muitas dificuldades a nível da inspecção das obras, de pessoal, há um rigor muito grande para quem tanto precisa que os empresários venham para cá”. De Carvalho prosseguiu afirmando que há uma dificuldade que se nota realmente, as autoridades dificultam muito sobretudo ao nível do licenciamento, atribuição de alvarás e mesmo ao nível dos serviços estrangeiros.
“Tudo isso é muito dificultado e nós sentimos que vocês precisam que também a gente possa vir cá, não é dar nada, mas é internacionalizarmos as nossas empresas nesta terra porque esta terra precisa, esta terra é de precisa, esta terra é de boa gente, nós temos a mesma língua, portanto nós temos uma história igual, mas tudo isso tem sido dificultado pelo preciosismo, pelo fundamentalismo, pela exigência desmesurada de pormenores que em nada facilitam, que em nada cativam os empresários a virem para cá.
Portanto, eu estou a viver isso no grupo em que eu pertenço e noutros sítios também, especialmente da parte da Beira para o Norte do País onde estamos localizados e temos enfrentado muitas dificuldades. Pela mínima coisa são coimas, são multas, são valores grandes…portanto penso que devia haver um apadrinhamento maior” – desabafou. Solicitado a apresentar um exemplo concreto que sustente as suas afirmações, o Presidente da AERLIS resumiu, referindo que não há facilitismo.
Enfatizou que se há uma situação de alvará que está atrasado o empresário é logo multado. Referiu-se igualmente ao regulamento que estabelece a percentagem de um estrangeiro (português) para dez moçambicanos nas instalações, anotando que se esse cidadão estrangeiro que pode ser português ainda não tem todas as coisas localizadas mas é o representante da empresa cá, vai ser multado, mas é um homem que está cá a trabalhar para engrandecer este País e portanto tem de ser acarinhado, tem de ser apadrinhado, ajudado e não multado simplesmente.
António Ferreira de Carvalho prometeu, ca voltar ainda no decurso deste ano, mas deixou claro, caso tudo corra bem; dando a entender a necessidade de melhoria do ambiente de negócio e de investimento.