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Nas mãos de Semedo – O “Canário” ruiu como um baralho de cartas

Com um Tendai endiabrado, a Liga Muçulmana partiu para uma vitória confortável no campo do Costa do Sol que lhe permitiu gritar bem alto que tem uma palavra a dizer neste Moçambola. Com o mesmo onze que há uma semana cilindrou o Ferroviário de Pemba, os verde e branco entraram determinados e colocaram em evidência todas as fragilidades da equipa canarinha que se foi afundando ao ritmo dos golos dos comandados de Artur Semedo.

No ar existia uma memória de sorriso no canto da boca. Na última época, neste mesmo campo, o Costa do Sol obrigava a Liga Muçulmana a olhar para o título como uma miragem. Ora no regresso ao campo do Costa do Sol havia essa memória, sim, mas viveu pouco. Viveu 12 minutos, não mais do que isso. Dois minutos e duas jogadas de ataque do Costa do Sol que espalharam o pânico na defesa muçulmana. Diogo rematou, na entrada da pequena área, para as nuvens, logo a seguir Tó falhou o desvio à boca da baliza. Nesse instante morreu.

A Liga Muçulmana veio para a frente e impôs os galões. Começou por fazê-lo através de Tendai, num lance em que Jonas foi tudo menos um central, rematou fraco para uma defesa fácil de Antoninho e, na recarga, Jumisse desperdiçou um golo fácil. A partir daí foi sempre a subir. Tendai fez um passe para Micas voltar a colocar à prova o guarda-redes canarinho. A Liga crescia e ameaçava marcar a qualquer altura. Marcou pouco depois, claro. Por intermédio de Tendai. Com esse resultado as equipas recolheram para o balneário.

Com a entrada de Escuro, o Costa do Sol conseguiu equilibrar o jogo e acabou por empatar na conversão de uma grande penalidade. A festa dos caraninhos, no entanto, durou pouco. Aliás, durou até a altura em que Jumisse apareceu em todo o seu esplendor e o Costa do Sol ruiu como um baralho de cartas. O relógio marcava 50 minutos e a vitória estava feita.

O Costa do Sol até entrou bem no segundo tempo, é verdade que sim, mostrou querer jogar no campo todo e trocar a bola com ousadia, mas foi sol de pouca dura. Ludibriou-se em equívocos, fartou-se de perder bolas no meio-campo defensivo e estendeu a passadeira à Liga. O segundo golo da Liga é disso o melhor exemplo: completamente indesculpável a forma como a equipa canarinha permitiu que, numa reposição lateral de bola, Silvério servisse o golo numa bandeja a Tendai.

Tudo simples, tudo fácil, tudo facilitado. Rui Évora fartou-se de gritar com os centrais do Costa do Sol, numa imagem de desnorte que explica muito do jogo.

Uma Liga muito sincera no futebol

Ora deste jogo sobra outra notícia essencial: esta Liga Muçulmana está a crescer. Cresce de jogo para jogo, aliás. Como a evolução dos resultados mostra, de resto. No relvado observa um onze mais sincero e de futebol mais à flor da pele. Um onze mais entusiasmante. Em relação à última época, por exemplo, nota-se que esta equipa é mais excitante.

A Liga Muçulmana do prof. Neca vivia muito do adormecimento dos adversários para depois lhes responder com o ataque em momentos decisivos. Esta Liga não. Vive o futebol com mais honestidade, com mais pressa, com mais coração. Parte para cima dos adversários sem receio e cria – pelo menos tem criado – mais ocasiões de golo. No sábado, por exemplo, passaram da dezena. Concretizou quatro, mas podia ter feito mais. Uma barrigada de futebol, portanto. Menos intensa no último quarto de hora, claro, o que se compreende: o resultado estava feito e era necessário descansar.

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