Os sistemas de drenagem e saneamento das cidades de Nampula, Pemba e Quelimane vão, finalmente, beneficiar de obras de reabilitação mercê de um crédito concedido ao governo de Moçambique no âmbito do programa “Millenium Challange Acount” (MCA), na ordem de 200 milhões de dólares, verba que, igualmente, preconiza a execução de trabalhos de melhoramento das redes de abastecimentos de água na zona centro e norte de Moçambique.
Para o caso especifico de Nampula, os trabalhos não só consistirão na reabilitação da drenagem das águas pluviais, como também na construção de uma nova rede de esgotos e estação de tratamento das águas residuais.
De referir que, desde 1956, altura da elevação a categoria de cidade, Nampula nunca beneficiou de obras de reabilitação ou manutenção da sua rede de drenagem e esgotos. Um estudo desenvolvido pela empresa francesa “Louis Berger”, contratada pelo governo no âmbito do projecto acima referido e que há dias será levado a debate público, refere que os sietmas de esgotos de maior parte dos prédios de habitação, unidades hospitalares, como é o caso do Hospital Central, indústrias químicas, os seus sistemas de esgotos se encontraram obsoletos ou ligados directamente aos de drenagem, que, posteriormente, desaguam as suas águas junto de áreas residenciais, o que faz com que haja perigo de contaminação das comunidades através dos poços tradicionais.
Para alem da questão de saúde, existe o problema ambiental, uma vez que os pontos de descargas das águas carecem de obras de protecção, facto que acaba por degradar os solos, provocando a erosão pluvial. Muitas fossas sépticas da cidade de Nampula estão saturadas e isso faz com que as aguas subterrâneas sejam contaminadas. Para além disso, os bairros suburbanos são ameaçados pela erosão pluvial, por se encontrarem em declives – refere o consultor.
O debate público, a realizar, visa comunicar às comunidades residentes na cidade de Nampula e seu redor, das vantagens e desvantagens da implementação do projecto. Como vantagem, segundo apuramos, está a reabilitação dos sistemas de drenagem e saneamento, e como desvantagem coloca-se a questão da possível incapacidade de identificação de um gestor sério, que possa assegurar a manutenção das infra-estruturas que serão construídas.
As escavações, a serem feitas no decurso da implementação do projecto, poderão emitir ruídos e poeiras, o que aumentará o risco de doenças e acidentes, porque irão perturbar o tráfego rodoviário.