A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou esta terça-feira que as novas mídias de comunicação como o Twitter, blogs e e-mails perturbaram a informação sobre a gripe H1N1. “Houve informações, rumores, muita especulação e críticas em inúmeras mídias”, afirmou, em Genebra, o conselheiro especial da OMS para as gripes, Keiji Fukuda, em relação às dificuldades encontradas na comunicação sobre a pandemia.
“A mídia tradicional transmitiu as informações das autoridades, assim como os debates, as dúvidas e as polêmicas em torno da nova gripe, assim como as novas mídias, como a internet, twitter, os blogs e os e-mails”, afirmou. “É muito difícil corrigir as ideias erradas uma vez elas circulem pela internet e redes sociais”, declarou por sua parte um ex-chefe de doenças contagiosas da OMS, David Heymann. No entanto, segundo um estudo apresentado nesta terça-feira em um congresso de especialistas em doenças infecciosas em Viena, o Twitter poderá servir de sistema de alerta precoce em caso de epidemia.
Um comitê de especialistas iniciou na segunda-feira, em Genebra, um exame sobre a gestão internacional da gripe H1N1 que fez a OMS ser alvo de inúmeras críticas. “Queremos saber o que funcionou bem. Queremos saber o que não funcionou e por que. Queremos saber o que poderia ser melhorado e como”, explicou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, na abertura dos debates.
O comitê, formado por 29 especialistas de 28 países, é uma resposta da OMS às acusações segundo as quais a organização exagerou a ameaça da primeira pandemia do século XXI influenciada pelos laboratórios farmacêuticos o que levou seus 193 países membros a comprar muito mais vacinas que o necessário. Os especialistas, que devem entregar seu primeiro informe provisório antes de maio, abordaam uma questão crucial: a dificuldade de avaliar a virulência de uma enfermidade contagiosa em termos de mortalidade e não apenas por sua expansão geográfica.
Em junho de 2009, dois meses depois de sua descoberta no México e Estados Unidos, a OMS declarou que este novo tipo de gripe era uma pandemia, baseando-se em sua rápida progressão. O vírus H1N1 causou 17.700 mortos confirmados em laboratório em mais de 200 países e territórios, segundo a OMS, uma cifra muito inferior ao número de mortos causados por uma gripe tradicional.