Os dois camponeses negros acusados do assassinado do líder de extrema-direita branco sul-africano Eugène Terre’Blanche vão alegar legítima defesa por agressão sexual, informa a edição deste doimingo da revista Sunday Times, citando advogados. “Segundo meu cliente, teria havido um ato de sodomia o que motivou o assassinato de Terre’Blanche”, declarou Puna Moroko.
Defensor da supremacia dos brancos, Eugène Terre’Blanche foi golpeado até a morte no dia 3 de abril. Segundo a promotoria, foi encontrado em sua cama com as calças arriadas na altura do joelho. Até agora, havia a informação de que o motivo do assassinato era o não pagamento de salário. Dois camponenses, Chris Mahlangu, de 28 anos, e um menor, de 15, se entregaram à polícia, tendo sido indiciados pelo assassinato, entre outros crimes.
Segundo a versão do advogado Moroko, Eugène Terre’Blanche tentou embriagar os dois e chegou a agredir sexualmente “um deles”. A defesa do menor não quis entrar em detalhes. “Ocorreu algo chocante no dia do crime, o que será revelado em juízo”, disse o advogado Zola Majavu.
O meu cliente “se submeteu aos testes necessários para apoiar meus argumentos”, acrescentou.
O assassinato de Eugène Terre’Blanche havia reavivado a tensão racial na África do Sul, onde a cor da pele ainda é motivo de divisão, 16 anos depois do fim da política do apartheid.