O Ministério da Saúde de Moçambique admitiu que “há um risco e uma ameaça permanente” de eclosão de cólera no Vale do Zambeze, Centro de Moçambique, devido às cheias que afectam a região.
Cerca de 130 mil pessoas estão sob ameaça de cheias no Vale do Zambeze, devido às chuvas que caem na região. O Governo já iniciou a retirada compulsiva das comunidades afectadas, para áreas mais seguras.
Falando esta quinta-feira em Maputo em conferência de Imprensa, o porta-voz do Ministério da Saúde, Leonardo Chavana, disse que “há um risco, uma ameaça permanente” de contaminação por cólera, devido às inundações. “O esforço deve ser no sentido de garantir o acesso da população afectada aos mecanismos de tratamento da água.
Está tudo a postos para que se faça a distribuição do cloro na região”, sublinhou o portavoz do Ministério da Saúde. Segundo Leonardo Chavana, a cólera já matou 41 pessoas em cinco províncias do Centro e Norte do país, desde Janeiro deste ano, de um total de 2061 casos notificados.
Das cinco províncias atingidas pela doença, Zambézia é a mais afectada, com 19 mortes de um total 199 casos, seguida de Niassa, com 13 óbitos em 534 casos, Cabo Delgado, sete mortes em 643 casos, e depois Sofala e Nampula, com apenas um caso cada, de um total de 195 e 130 casos, respectivamente.
Por outro lado, o porta-voz do Ministério da Saúde afirmou que as campanhas de sensibilização sobre a natureza da cólera impediram nas últimas semanas a repetição dos distúrbios verificados recentemente na província da Zambézia associados a uma onda de desinformação sobre a doença.
Populares consideram que os voluntários e os funcionários da área da saúde propagam a cólera através do cloro que colocam na água. Esta desinformação levou a ataques que provocaram oito mortos, um posto de saúde foi saqueado e 40 pessoas foram presas.