A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, pediu esta terça-feira que o Egito pare de atirar nos imigrantes que tentam entrar ilegalmente em Israel, o que provocou a morte de 60 pessoas nos últimos dois anos. Navi Pillay pediu também que seja realizada uma investigação sobre os procedimentos das forças de segurança egípcias na região.
“Esta situação é lamentável, e o elevado número de vítimas leva a crer que pelo menos algumas autoridades egípcias de segurança praticaram uma política de ‘atirar para matar'”, considera Pillay em um comunicado, acrescentando que “60 mortos dificilmente poderia passar por um acidente”. A maioria dos imigrantes que tentam passar do Egito pela fronteira para Israel vem da África subsaariana, principalmente Eritreia, Sudão e Etiópia, segundo a ONU.
“O governo egípcio deveria ordenar imediatamente as suas forças de segurança que utilizem apenas suas armas estritamente de acordo com as convenções internacionais”, pediu a alta comissária. Navi Pillay também pediu “uma investigação independente e crível sobre essas matanças”. A fronteira entre Israel e Egito no Sinai se tornou uma rota privilegiada para os imigrantes, assim como para as vítimas da escravidão sexual, sobretudo as mulheres provenientes do Leste Europeu.
Nos últimos anos, o Egito reforçou seus controles na fronteira com Israel, mas provocou a condenação das organizações humanitárias devido a sua tendência em utilizar a força para impedir a passagem de imigrantes ilegais.