A Fundação Universitária para o Desenvolvimento da Educação (FUNDE) e a Fundação Salimo Abdula (FSA) lançaram oficialmente, recentemente, em Maputo, o Projecto ABORDAR, que tem por objectivo promover a saúde sexual e reprodutiva entre adolescentes dos 12 aos 17 anos de idade, com ênfase na higiene menstrual, prevenção da gravidez e infecções de transmissão sexual.
Trata-se de uma iniciativa cuja fase-piloto está a ser implementada desde o ano passado no distrito de Boane, província de Maputo, abrangendo cerca de 10.000 adolescentes dos municípios de Boane e Matola-Rio. Prevê-se que a mesma seja estendida, ainda nesta fase, à província da Zambézia, onde irá beneficiar cerca de 9.600 adolescentes.
O projecto tem um horizonte temporal de três anos (2024/2027), devendo alcançar perto de 19.200 adolescentes à escala nacional, dos quais pouco mais de 13 mil raparigas, o que corresponde a 70%, e os restantes rapazes, equivalentes a 30%. Na província de Maputo, a iniciativa está a ser implementada nas escolas secundárias de Boane, Joaquim Chissano, Filipe Jacinto Nyusi, Nelson Mandela e comunidades circunvizinhas.
Intervindo na cerimónia, o presidente da FUNDE, Lourenço do Rosário, mostrou-se satisfeito com o lançamento do projecto pelo facto de ser a primeira vez que a matéria de saúde reprodutiva da rapariga é abordada, no País, por duas instituições totalmente moçambicanas.
“O que nós estamos a fazer não é tentar copiar o que foi feito antes, mas sim fazer um ensaio sobre como abordar esta questão, tendo em vista não só questões médicas, mas também aspectos de natureza cultural e antropológica. Nós, a FUNDE, somos uma academia e a Fundação Salimo Abdula tem uma vertente social. Juntámo-nos para implementar esta nobre iniciativa”, explicou Lourenço do Rosário.
Por sua vez, Salimo Abdula, patrono da FSA, garantiu o apoio incondicional à iniciativa, tendo realçado a importância da parceria com a FUNDE para o alcance dos objectivos definidos.
“Estou entusiasmado e confiante de que este projecto vai ajudar a combater estes problemas, assim como a controlar, de certa forma, a natalidade e as gravidezes precoces no nosso País”, disse Salimo Abdula.
Na ocasião, a directora provincial da Educação e Cultura de Maputo, Carménia Canda, enalteceu os promotores da iniciativa, cuja fase-piloto será implementada na sua área de jurisdição.
“Como Governo da província de Maputo, temos trabalhado também nesta questão da saúde reprodutiva da rapariga, que constitui uma das nossas preocupações, visto que tem contribuído para a desistência escolar. Este fenómeno ocorre, às vezes, por falta de conhecimento sobre os cuidados de higiene na escola durante a fase menstrual”, sublinhou.