O Presidente da República, Filipe Nyusi, inaugurou, segunda-feira, 30 de Setembro, no distrito de Gondola, província de Manica, a ponte Doeroi-Metuchira sobre o rio Metuchira, uma infra-estrutura inserida no Corredor de Desenvolvimento da Beira e que vai contribuir para a melhoria da transitabilidade e segurança rodoviária ao longo da Estrada Nacional Número Seis (N6), que liga Beira a Machipanda.
Enquadrada no âmbito da promoção do desenvolvimento de infra-estruturas económicas e sociais, a construção da ponte foi financiada pela Rede Viária de Moçambique (REVIMO), concessionária da Estrada Beira-Machipanda, com uma extensão de 287 quilómetros. Conforme explicou Filipe Nyusi, a antiga ponte não preenchia, por um lado, os requisitos de segurança e de trançado geométrico, para além de estar localizada entre uma sucessão de duas curvas e no ponto mais baixo da curva vertical, entre uma descida e subida, comprometendo a visibilidade para os automobilistas.
Por outro lado, a largura da infra-estrutura constituía um ponto de estrangulamento da faixa de rodagem, que passava de 11.8 metros de largura na via para 7.4 metros na zona da ponte. Estes factores propiciavam a ocorrência frequente de acidentes de viação, com impactos significativos na economia e no seio das famílias. Acresce-se a estes aspectos o facto de terem sido identificadas algumas fragilidades na antiga ponte, que foi afectada pelos ciclones Idai e Eloise.
Segundo o Presidente da República, a infra-estrutura mostrou não ter capacidade para dar vazão às águas pluviais, por apresentar insuficiente secção para escoamento e por localizar-se a uma cota relativamente baixa. É neste sentido que a Ponte Doeroi-Metuchira foi construída com uma altura de nove metros, colocando-a 1.5 metros acima da antiga, suavizando a inclinação da descida e subida no seu acesso. Possui duas vias de circulação de 4.40 metros cada, ou seja, mais largas e custou à REVIMO cerca de 310 milhões de meticais.
“A construção desta ponte reflecte o nosso compromisso com a transitabilidade e segurança rodoviária, tendo em conta que a estrada Beira-Machipanda atravessa uma zona de ocorrência frequente de eventos climáticos extremos. Para melhor resposta aos efeitos destas acções, associadas às que resultam das mudanças climáticas, para além dos requisitos de segurança rodoviária, foram tidos em conta os efeitos das mudanças climáticas, tendo sido adoptada uma geometria que confere resistência e resiliência à ponte”, frisou.
Na sua intervenção, Filipe Nyusi referiu que a nova ponte irá acomodar o tráfego no sentido Beira-Machipanda e a antiga no sentido Machipanda-Beira, evitando, desta forma, o cruzamento de viaturas. Entretanto, em caso de necessidade, a nova infra-estrutura tem capacidade para acomodar o tráfego nos dois sentidos, que poderão transitar em melhores condições de segurança, por ser mais larga.
A EN-6 está integrada no Corredor de Desenvolvimento da Beira, devendo a nova ponte acomodar o tráfego, na sua maioria, em trânsito entre o Porto da Beira e os países do hinterland, com destaque para Zimbabwe, Zâmbia, Malawi e República Democrática do Congo. A rodovia concentra maior volume de logística de transporte no Corredor de Desenvolvimento da Beira, transitando anualmente, em média, cerca de um milhão de veículos dos quais perto de 50% correspondem ao tráfego pesado de mercadorias, demonstrando a importância deste corredor como vector imprescindível para o desenvolvimento socioeconómico do nosso país e da região Austral.
“Com esta obra, estamos, igualmente, a dar maior impulso ao desenvolvimento económico do nosso País, bem como à promoção do intercâmbio entre os povos, culturas e economias da região Austral de África e do mundo em geral, através deste corredor”, acrescentou o Presidente da República, que destacou o facto de ter sido cumprida a meta de construção de pontes previstas no Programa Quinquenal do Governo 2020-2024, sendo que, até ao final do actual ciclo de governação, terá sido incrementado o número de infra-estruturas construídas em 54 unidades.
Na ocasião, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, considerou que a nova ponte representa o fim do drama que a população daquela zona vivia, caracterizado pela ocorrência frequente de acidentes fatais na antiga infra-estrutura, dado o facto de ser estreita e localizar-se entre duas curvas e descidas perigosas.
“Muitas vezes, os nossos concidadãos eram forçados a lidar com a tragédia de acidentes fatais, que não apenas causavam dor e sofrimento, mas também deixavam cicatrizes profundas nas nossas comunidades. Por isso, esperamos que a ponte proporcione paz de espírito à população local, simbolize a união, o progresso e a esperança de um futuro mais seguro”, concluiu.