Mais de 24 jovens iniciaram, recentemente, a sua preparação para se candidatarem a um financiamento do projecto Nhluvuko, financiado pela Mozal e gerido pela Gapi-SI. No dia 15 de Fevereiro, foram concedidos os primeiros cinco créditos que variaram entre 250 mil a um milhão de meticais.
No acto de entrega desses financiamentos, a directora da Gapi, Anabela Mucavele, disse que “os frutos desta parceria, entre uma multinacional ciente das suas responsabilidades sociais corporativas e uma instituição financeira de desenvolvimento nacional, servem de exemplo sobre como o sector privado pode liderar os processos de desenvolvimento e complementar os esforços do Governo, rumo ao alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável”.
No âmbito da sua responsabilidade social e corporativa, a Mozal apostou numa parceria com a Gapi que, como instituição financeira de desenvolvimento supervisionada pelo Banco de Moçambique, combina serviços de capacitação em negócios com a concessão de financiamentos e gestão de carteiras de crédito. Ambas as instituições trabalharam no desenho do projecto. A sua duração está prevista para um período de cinco anos, abrangendo os distritos de Matola-Rio e Boane e investindo cerca de 800 mil dólares em 165 a 170 pequenas empresas de jovens.
“Os créditos são concedidos a uma taxa de juros de 1% ao mês e são precedidos de acções de formação, capacitação e assistência técnica em matérias de gestão de negócios, de modo a torná-los mais produtivos e sustentáveis” – esclareceu a coordenadora do projecto, Edwina Ferro. A metodologia de implementação do projecto tem uma forte componente de envolvimento das comunidades da região abrangida.
Nesse sentido, uma das gestoras da equipe da Gapi que implementa o projecto, Ashley Massingue, informou que “são realizadas reuniões nos bairros para esclarecer sobre o projecto e informar os jovens interessados em melhorarem suas vidas e seus negócios”. Desde o início do projecto em Setembro de 2023 já foram abrangidos 43 bairros nestes dois distritos, recebendo cerca de 2600 inscrições de potenciais interessados.
“O processo inclui um procedimento de registo digitalizado dessas inscrições e, de seguida, a selecção envolvendo entrevistas. É um processo de selecção para identificar os candidatos com maior potencial e mentalidade empreendedora. Os seleccionados passam por uma fase de capacitação de uma semana. No primeiro ciclo, foram selecionados 50 e neste segundo ciclo já estão selecionados outros 24” – adiantou a coordenadora do projecto.
“Para se tornarem elegíveis a um financiamento, a Gapi não prioriza garantias reais por parte destes proponentes e start-ups, mas sim o seu carácter e qualidade da proposta de negócio. Mas, no processo de capacitação, eles ficam advertidos que receber um crédito é uma responsabilidade legal. A filosofia da Gapi e inserida neste projecto é focada na necessidade de criar empresários com sentido de responsabilidade e não simples receptores de donativos” – concluiu Edwina.
Presidindo à cerimónia de entrega dos primeiros financiamentos, no dia 15 de Fevereiro, Manuel Simão Tule, Governador da Província de Maputo, enalteceu esta parceria, afirmando que “projectos desta natureza, satisfazem-nos porque respondem aos nossos esforços como Governo Provincial, no sentido de estimular e dar valor ao conteúdo local, como instrumento de promoção da competitividade das MPMEs, capacitação e certificação de processos e produtos e aumento da proporção do uso da matéria-prima local”.
Por seu turno, Samuel Samo Gudo, PCA da Mozal, disse que a sua empresa “acredita que o desenvolvimento de MPMEs constitui um dos pilares-chave para a melhoria da qualidade de vida das nossas comunidades, através do crescimento da economia local, a tornando mais robusta, resiliente e sustentável”. Samo Gudo saudou ainda o seu parceiro Gapi, “pela abertura e coragem de abraçar esta nobre missão”.
O PCA da Mozal apelou para que não vejam o Nhluvuko como mais um projecto nas suas vidas, mas sim como o “começo de uma jornada de mudanças positivas na gestão e desenvolvimento dos vossos negócios” Anabela Mucavele, da Gapi, convidou “outros parceiros a seguirem o exemplo da Mozal e abraçarem instituições com provas dadas de capacidade e créditos firmados, para juntos multiplicarmos exemplos como este, de realização e implementação de programas de conteúdo local, no quadro das suas acções de responsabilidade social e corporativa.”
A Gapi completa 34 anos de existência no próximo dia 1 de Março e vai assinalar essa data com o lançamento de uma plataforma que designou F4SD (Finanças para o Desenvolvimento Sustentável), para promover a informação e o debate sobre os desafios do desenvolvimento sustentável e inclusivo propostos pelas Nações Unidas. Alguns exemplos das suas intervenções em parceria com grandes empresas como os Caminhos de Ferro de Moçambique, Total Energies, Vale e outras, poderão ser avaliados e discutidos nessa plataforma.