A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve, nas últimas duas semanas, 70 estrangeiros de várias nacionalidades, por entrada ilegal em território nacional, através da linha de fronteira da província de Cabo Delgado, na zona norte do país.
Deste grupo destacam-se 27 somalianos capturados no distrito de Chiúre quando tentavam entrar para a província de Nampula que, na ocasião, se encontravam a bordo de uma viatura conduzida por um moçambicano identificado com o nome Mussa Momade. Segundo escreve o diário “O País” na sua edição de quarta-feira, alguns dos emigrantes ora encarcerados dizem não entender as razões da sua detenção, alegando serem portadores de toda a documentação necessária para poderem se movimentar em qualquer país.
“Estou neste país há três anos.Caseime aqui, tenho filhos e faço machamba em Meluco. No entanto, a PRM por saber que sou tanzaniano tratou de me deter e trouxeme aqui, há já duas semanas”, disse Sadique Ali. Ali foi detido na companhia de um seu compatriota de nome Shaid Mwanga, que também disse que o seu passaporte foi confiscado pelas autoridades moçambicanas, e desconhecer o crime que poderia ter cometido. “Não sei porque estou aqui a sofrer porque tenho todos os documentos que exigiram e estou a viver em Moçambique há três anos”, disse Mwanga em jeito de desabafo.
Abdi Bibi e Salim She, de 12 e 19 anos respectivamente, são de nacionalidade somali e foram detidos no aeroporto de Pemba, idos de Nairobi com destino a Maputo por serem portadores de passaportes ilegais. “Não estamos a perceber nada porque ninguém explica. Pensamos que os nossos documentos são legais porque passamos em Nairobi e Dar-es-Salaam”, disseram.
Entretanto, Malva Brito, porta-voz da polícia em Cabo Delgado, sem, detalhar as razões da detenção daquele grupo de 70 cidadãos estrangeiros, asseverou todos serão repatriados para os seus países de origem.