A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu esta terça-feira, em Luanda, manter sem alteração seu nível de produção de petróleo, como se esperava, informou o ministro argelino Shakib Jelil, ao final da reunião ministerial do cartel integrado por 12 países.
A Opep, que fornece 40% do petróleo mundial, manteve a oferta em 24,84 milhões de barris diários, em vigor desde 1º de janeiro deste ano, depois de ter recorrido no último trimestre de 2008 a uma das maiores reduções de sua história, ao retirar do mercado 4,2 mbd. Desde então, a situação melhorou.
Depois de cair em dezembro do ano passado a 32,40 dólares, o preço do barril duplicou em alguns meses e superou o limite dos 80 dólares em outubro passado, antes de retroceder um pouco. Embora todos os membros do cartel pareçam satisfeitos com esses preços – do principal produtor Arábia Saudita até o menor, Equador – as dúvidas sobre a recuperação da economia mundial persistem na Opep. “Ainda há dúvidas sobre a reativação econômica”, afirmou o presidente em exercício do cartel, o ministro angolano José María Botelho de Vasconcelos, durante seu dicurso na reunião em Luanda.
Vasconcelos se referia às incertezas que persistem no setor financeiro e os temores sobre o vigor do crescimento por causa do desemprego e do medo que os planos governamentais de reativação econômica sejam deixados de lado muito rápido. Por isto, para a Opep a demanda no mercado petroleiro “apresenta um panorama mitigado”, com um consumo em alta nos países emergentes, enquanto as nações ricas permanecem em território negativo no conjunto.
O consenso é de “otimismo prudente”, com a esperança de que o pior já passou e a demanda voltará a crescer, como afirmou à AFP o representante da Venezuela na reunião da Opep, Bernard Mommer.