Aproximadamente 80% de 40 mulheres agredidas pelos parceiros entre Janeiro e Outubro de 2012 e que accionaram processos-crime contra os agressores desistiram dos mesmos alegando que os “acusados é que garantem o sustento da família”, segundo o Tribunal Judicial da Cidade de Maputo.
“A maioria das vítimas submete queixas contra os maridos nos tribunais, mas depois não comparece às audiências e outras desistem do processo-crime”, disse ao Correio da manhã Maria Karlsen, juíza de Direito do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, afecto ao Distrito Urbano de Ka Maxaquene.
Sem avançar mais pormenores sobre o assunto, Karlsen salientou apenas que aquela situação dificulta o trabalho dos juízes encarregues de dirimir aqueles casos.
A magistrada falou à nossa Reportagem à margem de uma reunião promovida pela organização não governamental Women and Law in Southern Africa (WLSA) visando debater a situação da violência contra a mulher, feitiçaria, casamentos prematuros e relação medicina legal/costumes tradicionais em Moçambique.
O evento contou com a presença de médicos legistas, magistrados judiciais, organizações de defesa dos direitos da mulher e membros da chamada sociedade civil moçambicana, tendo decorrido sob o lema Violência Contra a Mulher Não Tem Desculpa.