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694 Camaroneses já repatriados da República Centroafricana

Pelo menos 178 Camaroneses residentes na República Centroafricana desembarcaram, na tarde da segunda-feira (16), em Doualá, capital económica dos Camarões, elevando para 694 o número de cidadãos camaroneses regressados ao seu país, devido à crise centro-africana, anunciou a Radiotelevisão Pública (CRTV) local.

Estes Camaroneses foram repatriados a bordo de um Boeing 767 da companhia aérea nacional, Camair-Co, afretado pelo Presidente Paul Biya, que decidiu criar uma ponta aérea humanitária para ajudar os cidadãos do seu país instalados na República Centroafricana (RCA).

Os responsáveis da representação diplomática dos Camarões em Bangui, capital da RCA, assinalam um fluxo significativo de Camaroneses, que procuram refúgio na Embaixada ou na residência do embaixador desde o anúncio da ponte aérea decidida pelo Presidente Biya.

A decisão de socorrer os Camaroneses materializou-se, sexta-feira, com o encaminhamento de alimentos frescos, água e medicamentos para Bangui no Boeing 767, que tem a missão de transportar gratuitamente para o território camaronês todos os que exprimirem esse desejo.

Segundo a Comissão de Acolhimento, alguns repatriados sofrem de cefaleias e de dores de estômago devido à qualidade da água que consumiam na República Centroafricana. Estes refugiados interrogados por jornalistas da CRTV-Doulá dizem-se orgulhosos de ter regressado ao país sãos e salvos.

Testemunham ter assistido a cenários horríveis de pessoas degoladas à catanada, para além da execução de uma família muçulmana camaronesa, designadamente um pai e a sua esposa e dois filhos queimados na sua casa, fazendo aumentar o medo na comunidade.

Cerca de 20 mil Camaroneses viviam até então na República Centroafricana, que partilha com os Camarões uma fronteira de cerca de mil quilómetros.

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