As autoridades descobriram nesta terça-feira (24), na Província de Tete, um camião transportando um contentor onde jaziam sem vida 64 cidadãos de nacionalidade etíope que tentavam atravessar ilegalmente Moçambique, ao que tudo indica a caminho da África do Sul. Os sobreviventes foram colocados em quarentena e testados ao novo coronavírus.
“Os Serviços de Migração interpelaram, no Distrito de Moatize, um camião contentor supostamente proveniente do Malawi, 64 cidadãos foram encontrados mortos e presume-se que a morte seja por asfixia”, disse a jornalistas a directora provincial de saúde em Tete, Carla Mosse.
O Serviço Nacional de Migração em Tete reportou ter mandado parar o camião, durante a madrugada, mas o motorista, de nacionalidade moçambicana, “não quis parar o carro”.
Quando a viatura foi imobilizada “os colegas do Serviço Nacional de Migração ouviram barulho no carro e perguntaram o que é que tinha (…) verificaram que lá dentro estavam 78 cidadãos ilegais, 64 estavam mortos”, relatou a porta-voz da Migração em Tete, Amélia Direito, que revelou a existência de 14 sobreviventes.
O motorista, ora detido, confessou ter feito o transporte a partir do Malawi, que teria como destino a vila carbonífera de Moatize, “a troco de trinta mil meticais”.
Os sobreviventes foram colocados em quarentena, apresentam febre alta e hipoglicemia, amostras suas foram colhidas para a testagem do covid-19.
Após a autópsia de dois dos finados terem confirmado a asfixia como a causa dos óbitos as autoridades decidiram sepultar nesta quarta-feira (25) todos os falecidos numa vala comum que será aberta no cemitério municipal de Mpadue, devido a incapacidade da morgue de Tete receber os cadáveres.