Perto de 60 mil novos habitantes passarão a beneficiar de água potável na província de Gaza, mercê da construção de 74 fontes dispersas e intervenção em 18 sistemas de abastecimento nos distritos de Chigubo, Mapai, Chókwè, Chongoene, Mabalane, Guijá, Manjacaze, Chibuto, Bilene e Limpopo, prevendo-se que 13 delas sejam concluídas ainda este ano.
Estas infraestruturas fazem parte de um total de 1.963 planificadas para todo o País, sendo 1.090 construídas de raiz e outras 873 a serem reabilitadas, incluindo 240 intervenções em sistemas de abastecimento nas zonas rurais. Destas, espera-se que 75 sejam entregues até ao fim do ano.
Estes dados foram partilhados pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, na cerimónia de inauguração de um sistema de abastecimento na sede do posto administrativo de Malehice, no distrito de Chibuto, província de Gaza, projectado para abastecer 17 mil habitantes, mas que neste momento serve a 10 mil.
Numa cerimónia bastante acorrida pela população do Posto Administrativo de Malehice, no distrito de Chibuto, terra que viu nascer Joaquim Alberto Chissano, antigo Presidente de Moçambique, que, na ocasião, recuou no tempo e contou o historial do surgimento do sistema de abastecimento de água naquela zona.
“Antigamente, havia uma missão da Igreja Católica que dispunha de um furo de água, aonde população recorria para tirar água, que, vezes sem conta, não chegava para satisfazer as necessidades diárias dos residentes. Entretanto, por ser uma aldeia de habitações dispersas, algumas famílias chegavam a percorrer mais de três quilómetros para obter o precioso líquido. Outras recorriam a cântaros para levar água às suas casas, para além de que, durante a época chuvosa, os residentes recorriam à água de chuva”, contou.
Na ocasião, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, referiu que a reabilitação e ampliação deste sistema insere-se no âmbito do Programa Nacional de Abastecimento de Água e Saneamento Rural (PRONASAR), implementado pelo Governo com o apoio dos parceiros de cooperação (Estados Unidos da América e da Grã-Bretanha), num esforço que visa a provisão dos serviços de abastecimento de água segura, com particular destaque para as zonas rurais onde vive a maior parte da população moçambicana.
“Só para exemplificar, lançámos, recentemente, cinco sistemas em Mandimba, província de Niassa, referentes aos distritos de Mandimba, Majune, N`gaúma, Mavago e Muembe. Adicionalmente, decorrem estudos para o sistema de abastecimento de Namiteca, em Nampula”, disse. Actualmente, a taxa de cobertura do abastecimento do precioso líquido, ao nível do país, situa-se nos 57%, correspondentes a 18 milhões de pessoas, contra 38.9% em 2015. Em Gaza, cerca de 979 mil pessoas (67%) têm acesso à água potável, sendo 144 mil no distrito de Chibuto.
INAUGURADA ESTRADA MACIA-CHÓKWÈ
Ainda na província de Gaza, onde se encontrava em visita de trabalho, o Presidente da República inaugurou, ainda, a Estrada Nacional Número 101 (N101), que liga os distritos da Macia e Chókwè, na província de Gaza. A rodovia, com 62 quilómetros de extensão, beneficiou de obras de reabilitação e alargamento, financiadas pela Rede Viária de Moçambique (REVIMO), no valor de cerca de 2.2 mil milhões de meticais.
Trata-se de uma via que se encontrava bastante degradada, o que dificultava sobremaneira a circulação de pessoas e bens, incluindo o escoamento de produtos agrícolas produzidos no Regadio de Chókwè, o que levou o Governo a concessioná-la à Revimo, no âmbito da inclusão do sector privado no financiamento e desenvolvimento de infraestruturas rodoviárias, com a participação do utente da estrada, através do princípio utilizador-pagador.
Na sua intervenção, Filipe Nyusi realçou a importância desta estrada na ligação rodoviária do País, uma vez que faz parte da via na qual o Governo pretende investir como alternativa à Estrada Nacional Número Um (EN1), partindo da Macia (Gaza) até Inchope (Manica). Até ao momento, estão asfaltadas as estradas Macia-Chókwè e Caniçado-Mapai, esta última inaugurada em Dezembro de 2021.
“A nossa perspectiva é de que tenhamos uma estrada alternativa à EN1, a partir da Macia até Inchope. Queremos que as pessoas que vêm de Maputo, África do Sul, e-Swatini e/ou vivem nos distritos do Bilene, Chókwè, Guijá, Mabalane, Massingir, Mapai, Chicualacuala, Chigubo e Massangena, na província de Gaza, tenham uma segunda alternativa à EN1 para se deslocarem ao Norte do País, que é a estrada Macia-Chókwè, Chókwè-Macarretane, Macarretane-Mabalane, Mabalane-Mapai, Mapai-Massangena, Massangena-Espungabera, Espungabera-Sussundenga, Sussundenga-Chimoio e Chimoio-Inchope, e vice-versa”, sublinhou.
Assim, com a inauguração do troço Macia-Chókwè, bem como com a asfaltagem da estrada Caniçado-Mapai, “resta-nos agora o desafio de reabilitar as estradas Mapai-Massangena, Massangena-Espungabera e construir uma ponte sobre o Rio Save, para ligar Massangena e Espungabera”, disse o Presidente da República, que fez saber que o Governo já está a trabalhar na mobilização de financiamentos para a concretização deste objectivo.
Com a conclusão das obras, a estrada passou a contar com uma plataforma de nove (9) metros de largura (3.5 em cada sentido), sinalização horizontal e vertical, uma praça de portagem e um centro de manutenção, estes dois últimos localizados na localidade de Chihaquelane. As obras incluíram a manutenção das estradas Praia do Bilene-Macia (R453), com cerca de 32 quilómetros, e Chókwè-Macarretane, com cerca de 22 quilómetros, para além da pavimentação de 7.8 quilómetros de estradas dentro dos municípios de Praia do Bilene (2.8 km), Macia (2.5 km) e Chókwè (2.5 km).