No total, 31 mil e 400 menores não acompanhados, requerentes de asilo, chegaram em 2017 à União Europeia (UE), indica um relatório da Agência Europeia de Guardas Costeiros e Guardas Fronteiras (FRONTEX).
Este número representa perto da metade da cifra registada em 2016, ou seja 63 mil e 200 menores não acompanhados, ou seja um terço do pico registado em 2015, ou seja 95 mil e 200.
Segundo este relatório, os menores não acompanhados representam 15 porcento do total de requerentes de asilo de menos de 18 anos de idade, que chegaram aos países da UE em 2017.
A maioria, ou seja 89 porcento, são rapazes ao passo que mais de dois terços têm idades compreendidas entre os 16 e os 17 anos, representando assim um universo de 24 mil e 200 pessoas (77 porcento).
Os migrantes com idades compreendidas entre os 14 e os 15 anos representam 16 porcento, ou seja cinco mil e 500 indivíduos enquanto os com menos de 14 anos de idade representam seis porcento, ou seja dois mil indivíduos, lê-se no documento.
Este relatório foi estabelecido na sequência do caso do navio de socorros Aquarius a bordo qual se encontram 629 migrantes, dos quais sete mulheres africanas grávidas, 11 bebés e 123 crianças não acompanhadas, que partiram das costas líbias.
Aquarius foi fretado pela Organização Não Governamental (ONG) humanitária Médicos Sem Fronteiras. Aquarius e dois barcos italianos, para os quais foram transbordados uma parte de migrantes acima referenciados, estão a caminho do porto de Valência, na Espanha, aonde vão chegar dentro de três dias depois de a Itália ter negado o seu acesso às suas costas.
O navio em apreço estava bloqueado entre a ilha de Malta e Sicília (Itália), ambos membros da UE, que no entanto recusaram a acostagem do navio, suscitando assim um incidente diplomático entre França e Itália.
Consequentemente, o Presidente francês, Emmanuel Macron, qualificou de “cínico” o ministro italiano do Interior, Matteo Salvini (da extrema direita xenófoba).
No mesmo contexto, o ministro italiano dos Negócios Estrangeiros convocou, no mesmo dia, o embaixador de França na Itália para dar explicações sobre esta situação.