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23 homens mortos com piladores e paus pelas esposas em Tete

Pelo menos 23 homens foram mortos, “agredidos com piladores e paus”, pelas respectivas esposas que eram vítimas de violência doméstica, na província de Tete, centro de Moçambique, de acordo com dados do Governo local.

Páscoa Ferrão, directora provincial da Mulher e Acção Social de Tete, disse que as mulheres atacaram os maridos, alguns enquanto dormiam, como vingança pela violência física a que eram submetidas.

Algumas mulheres estão a cumprir pena por crime de homicídio voluntário e outras ainda respondem em tribunal.

“A violência (crime) praticada pelas mulheres foi em retaliação pelas atitudes dos maridos. Nestes 23 casos de mortes, a maioria ocorreram numa situação em que a mulher se tentava autodefender perante a violência física cometida pelo marido”, explicou Páscoa Ferrão.

Estatísticas do Gabinete de Atendimento da Mulher e Crianças Vitimas de Violência Domestica (GAMCVD), ligado à polícia, indicam que em Tete 1.440 casos de violência deram entrada em 2011, a maioria ligado à violência física e sexual.

181 homens submeteram queixas

Destes, 181 homens queixaram- se contra as suas esposas por mau trato, tortura e submissão a trabalhos forçados, tendo muitos dos casos sido tramitados para o tribunal judicial e ou comunitário.

Ainda segundo a fonte, a violência contra os homens é justificada essencialmente como uma “forma de delimitar os comportamentos e atitudes”, embora acabem várias vezes mais violentas.

Apesar do aumento do número de homens alvo de violência das mulheres, as estatísticas do GAMCVD indicam que a mulher e a criança continuam a liderar a lista das vítimas de violência doméstica na província de Tete.

Páscoa Ferrão disse que o levantamento feito pelas autoridades governamentais, através de campanhas de activismo contra a violência doméstica nas zonas rurais, aponta Chiuta, Tsangano e Mutarara como os distritos mais problemáticos.

“Para minimizarmos a situação, estamos a divulgar a lei sobre a violência doméstica em várias zonas rurais, além das campanhas de 16 dias de activismo (por mês) que decorrem desde Novembro passado” disse.

Segundo a responsável, o ciúme, a falta de confiança, o desentendimento no lar e a falta de assistência, sobretudo de crianças após o divórcio, são frequentemente invocados como as causas da violência doméstica.

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