Pelo menos 185 pessoas das quais várias mulheres e crianças morreram nos confrontos entre presumíveis membros da seita islamita Boko Haram e forças operacionais regulares em Baga, no Estado de Borno, situado no norte da Nigéria, noticiou, Segunda-feira (22), o jornal online nigeriano «Premium Times».
O jornal indica que os confrontos na cidade transfronteiriça com o Tchad iniciaram na noite da Sexta-feira e prolongaram-se até Sábado. As vítimas teriam sido presas entre os fogos que deixaram uma cidade completamente destruída.
O jornal cita os responsáveis do Governo local que afirmaram que pelo menos duas mil casas, 64 motocicletas e 40 viaturas foram incendiadas durante os confrontos. Vários residentes feridos foram internados no hospital.
«Apenas Deus pode compreender o que fizemos para merecer o que nos acontece; os soldados não fizeram nenhum discernimento, eles mataram e incendiaram várias casas, perseguiram pessoas até às florestas, incluindo as mulheres e as crianças. Já sepultámos 185 corpos, alguns foram tão calcinados que era impossível reconhecê-los; outros que sofrem de ferimentos de diferentes graus foram internados nos hospitais», cita o jornal , ao retomar as declarações de um residente que falava sob capa do anominato.
O comandante das forças operacionais interarmadas, o brigadeiro, Austin Edokpaye, declarou que a responsabilidade pelo incêndio que destruiu a cidade e pelos mortos deverá ser imputada aos islamitas de Boko Haram que, disse, dispararam contra os soldados ao se esconderem entre as populações civis.
Ao explicar o que aconteceu durante o ataque, o brigadeiro, Edokpaye, declarou: «perdemos um oficial durante este ataque lançado contra a nossa patrulha; recebemos uma informação segundo a qual alguns presumíveis membros de Boko Haram rezam regularmente e escondem armas numa mesquita da cidade.
É perto desta mesquita que os nossos elementos foram objecto de um ataque durante o qual perdemos um oficial e registámos vários feridos. «Com a chegada dos nossos reforços no local, os terrotistas saíram a grande artilharia, incluindo RPG que tiveram geralmente um efeito de estimulação».
O governador Kashim Shettima do Estado de Borno, bastião da seita, visitou a cidade onde os residentes lhe anunciaram que os soldados eram responsáveis pelo incêncio que causou a morte de vários habitantes. A Boko Haram impôs desde 2009 um cerco no norte da Nigéria essencialmente muçulmanos e matou mais de três mil pessoas, segundo o Exército nigeriano.
A seita rejeitou recentemente uma oferta de amnistia que exige que os seus membros renunciem a qualquer forma de violência em troca do indulto.