Um número recorde de 1,5 mil migrantes, principalmente da Somália e doutras regiões da África, morreram a tentar chegar à costa europeia em 2011 e a odisseia mortal continua para muitos que partem da Líbia, disse, terça-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
A agência informou que os levantes populares na Tunísia e na Líbia levaram mais pessoas a fugir, ano passado, incluindo migrantes da região subsaariana que trabalhavam no Norte da África, depois de as medidas mais severas na fronteira terem reduzido drasticamente as chegadas à Europa em 2009 e 2010.
“Isso faz de 2011, o ano mais mortal para esta região desde que o Acnur começou a registrar essas estatísticas em 2006”, disse à imprensa Sybella Wilkes, porta-voz do Acnur.
O número da agência da Organização das Nações Unidas (ONU) é uma estimativa que inclui pessoas de 15 nacionalidades que se afogaram ou desapareceram no Mar Mediterrâneo, que separa a Europa da África.
Mais de 58 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar, ano passado, também um recorde. Entre elas estão 56 mil, metade deles tunisianos, que chegaram à Itália, afirmou Wilkes. Malta e Grécia receberam 1.574 e 1.030 pessoas, respectivamente, pelo mar.
“A maioria era de migrantes e não buscavam asilo”, afirmou ela. Além disso, 55 mil migrantes “irregulares” atravessaram a fronteira terrestre entre a Grécia e a Turquia em Evros, ano passado, de acordo com os números do governo grego.